Figura central do samba paulistano dos anos 90, o Raça Negra empolgou uma geração de fãs de pagode com a introdução de instrumentos eletrônicos no gênero e letras românticas que embalam paixões e desamores até hoje. • Formada em 1983, no bairro Vila Nhocuné, na zona leste de São Paulo, o Raça Negra se diferenciava dos outros grupos de samba e pagode romântico da região pelas coreografias de cada uma das músicas, pela forma única de cantar do vocalista Luiz Carlos e pela inspiração em Roberto Carlos e Tim Maia. • O primeiro sucesso, “Caroline”, passou a frequentar a programação das rádios FM de São Paulo e escancarava a característica sonora do samba do Raça Negra: em vez do retrato da vida cotidiana, que os cariocas pintavam, o grupo paulistano buscava uma nova maneira de cantar o amor, embalado por uma produção pop e eletrificada. • As regravações de músicas de fora do escopo do pagode faziam parte do repertório do Raça Negra desde antes do primeiro álbum e seguiram nas gravações de estúdio. “É o Amor”, da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, foi escolhida para o trabalho de 1992. Outros covers famosos lançados ao longo da carreira do grupo foram “Será” (da Legião Urbana) e “Pro Dia Nascer Feliz” (do Barão Vermelho). • O dia 20 de julho de 1995 foi histórico: nesta data, a música “É Tarde Demais” foi executada 600 vezes nas rádios brasileiras. • Com mais de três décadas de estrada, emendando projetos de estúdio e gravações ao vivo, o grupo voltou às trilhas das novelas, em 2019, em A Dona do Pedaço, com a música “Cheia de Manias”. No mesmo ano, o grupo lançou a inédita “Nego Lindo”. • Os sucessos ao longo dos anos 90, com músicas como “Doce Paixão” e “Cigana”, transformaram o Raça Negra em uma instituição do samba romântico paulistano (hoje chamado de “pagode 90”) e abriu espaços ocupados por grupos como Exaltasamba, Só Pra Contrariar, Molejo e Art Popular e, décadas depois, para artistas como Ferrugem e Thiaguinho.