Belo

O pagode dos anos 90 não sai de moda. Resgatado pela nova geração do samba, o ritmo cadenciado marcado pelo romantismo é a base de projetos bem-sucedidos de ídolos como Thiaguinho e Ferrugem. Belo é um dos ícones que inspiram esse revival: o cantor que ganhou fama no grupo Soweto é um dos nomes de maior sucesso do gênero e ajudou a reaproximar o pagode do samba. • Marcelo Pires Vieira nasceu 22 de abril de 1974 em São Paulo. Filho de um pedreiro e de uma costureira, deu os primeiros passos na música ao ganhar um cavaquinho do pai e começou a tocar em bares e rodas de samba. • Em 1993, recebeu convite do percussionista Robson Buiú, amigo de infância, para integrar o grupo que daria origem ao Soweto. Adotando o nome do bar em que tocavam na zona leste da capital paulista, o grupo ganhou fama na noite e surpreendeu com a venda de mais de 250 mil cópias de Vento dos Areais, trabalho independente lançado em 1994. • Foi com “Derê” que o grupo alcançou fama nacional. A música, que puxou as vendas do álbum Refém do Coração (1997), fez do Soweto um fenômeno do pagode. O trabalho reúne faixas que se tornaram hinos do gênero, como “Mundo de Oz” e “Maçã Do Amor”, além da faixa-título. • Com uma agenda de mais de 20 shows por mês, o grupo ficaria ainda mais popular com Farol Das Estrelas (1999). O álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias e emplacou “Entre a Cruz e a Espada" e “Tempo de Aprender”, entre outras. • Belo foi o primeiro cantor de pagode a puxar um samba-enredo na Sapucaí. Cantou ao lado de Neguinho da Beija-Flor e ajudou a escola de Nilópolis a ficar em segundo lugar no Carnaval de 1999. • Impulsionado pelo sucesso na mídia e por experiências bem-sucedidas de outros pagodeiros como Rodriguinho (Os Travessos) e Alexandre Pires (Só Pra Contrariar), Belo se lançou em carreira solo em 2000 com Desafio. “Tua Boca” marcou uma geração como tema da novela O Cravo e a Rosa. • O sucesso do cantor sofreu um baque em 2002, quando foi acusado de envolvimento com o tráfico de drogas. Após cumprir pena e se declarando inocente, conseguiu se reerguer no pagode e gravou parcerias de sucesso com Ivete Sangalo (“Linda Rosa”, de 2014), Zeca Pagodinho e Emicida (“Lugarzinho”, de 2018) e Simone & Simaria (“Tá Fazendo Falta”, de 2018).