Open House (Ao Vivo)

Open House (Ao Vivo)

Dilsinho está em casa. Apesar de longe da Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu, o cantor não podia estar mais à vontade do que durante o show para o seu novo DVD Open House, registrado no dia 19 de dezembro de 2019, em Recife, capital pernambucana. “Foi muito bom estar lá, o Nordeste me abraçou demais. Com certeza esse foi o primeiro de muitos projetos que vou fazer na região”, ele conta ao Apple Music. Sair da zona de conforto, aliás, é algo que Dilson Scher Neto não tem medo de fazer — ou até tem, mas faz do mesmo jeito. Depois do sucesso do projeto anterior, o premiado Terra do Nunca, segundo álbum ao vivo e primeiro DVD do artista, repetir a fórmula seria um caminho fácil e garantido, mas ele conta que preferiu arriscar e trazer uma proposta diferente para os fãs, acostumados com as melodias românticas e carregadas na sofrência. “Abrir o show com ‘Onze e Pouquinho’, que é um trabalho bem diferente dos meus anteriores, foi um pouco mais ousado, porque decidi não começar com um sucesso, com um super-hit, escolhi mostrar algo novo”, ele explica. “Sempre acreditei que os espaços vazios da minha carreira são oportunidades para criar coisas diferentes, alcançar outros lugares. É um novo momento.” O projeto, que ainda conta com a gravação de Quarto e Sala — um aquecimento para o Open House — , traz diversas parcerias que marcam esse momento da carreira de Dilsinho, como o cantor Thiaguinho, a dupla sertaneja Henrique & Juliano e os grupos Atitude 67 e Sorriso Maroto. Para o artista, essas participações dão o tom especial do show. “É muito legal ver essa união do gênero, dividir o palco com esses caras supertalentosos. Curti demais”, elogia Dilsinho, que, a seguir, conta mais sobre cada uma das 21 faixas do novo álbum. “Onze e Pouquinho” “Esta foi a música que deu a cara do projeto. Acho que, desde o começo da minha carreira, sempre tentei misturar um pouco as sonoridades. Mas eu queria uma assinatura nova, diferente das coisas que eu já tinha feito. As pessoas estavam acostumadas a me ver cantar aquelas canções muito românticas, muito tensas, sofridas, e esta música é um pouco mais sofisticada, descolada, tem um ritmo mais leve, sabe? Apesar de ela também falar de amor, tem uma leveza, e acho que ela acabou definindo o projeto. Fiquei muito feliz com a recepção do público, porque, quando você faz algo diferente do que sempre fez, dá um medo de as pessoas não entenderem, estranharem. Mas a energia deste show, com esta música como abertura, ficou incrível.” “Me Belisca / Santo Forte” “Estas são duas músicas do meu primeiro DVD, o Terra do Nunca, que têm essa pulsação forte, a banda dançando, indo para frente. Pela primeira vez, coloquei metais para tocar em algumas músicas, e este momento, quando a gente toca ‘Me Belisca’ e ‘Santo Forte’, é o ponto alto do show — tem fogos, pirotecnia, a energia está lá em cima, sabe? Então o show começa assim, com ‘Onze e Pouquinho’ seguida por estas duas. Foi algo bem diferente para já deixar marcada esta nova assinatura, este novo momento.” “Misturados” “Esta é uma das inéditas, lançada junto com o DVD completo. Depois de eu ter mostrado este Dilsinho novo, mais dançante, mais leve, decidi trazer uma música que fosse minha cara. A gente escolheu ‘Misturados’ para este momento porque é a música, entre as inéditas, em que a gente mais acredita. Para mim foi uma missão, uma coisa do tipo: ‘Cara, depois de tanta coisa, tanta informação, qual música a gente vai escolher para as pessoas realmente pararem e prestarem atenção?'. E ‘Misturados’ é esta música. No show é assim: tem toda aquela pirotecnia de ‘Me Belisca’ e ‘Santo Forte’, aí a gente para, pega o pedestal e começa, muda totalmente o clima. Para mim, esta música merece ser um single do projeto.” “Meu Coração é Dela” “Esta música tem uma pulsação mais pop, é bem jovem. São coisas que já testei em vários momentos da minha carreira, meu público está bem acostumado, e eu também curto bastante.” “Refém /12 Horas” “A gente dividiu algumas faixas em duas músicas, senão ficaria muita coisa, então adaptei algumas. ‘Refém’ e ‘12 Horas’ são dois dos meus grandes sucessos de carreira, e elas têm a mesma função no meu show: fazer as pessoas cantarem junto, gritando. Então eu quis colocar as duas juntas justamente para o público entrar nesse momento de histeria, de troca mesmo. A gente fez um arranjo para a hora do refrão, em que eu e banda paramos tudo e só a galera canta. São músicas muito importantes.” “Deixa pra Amanhã” “Esta música foi o primeiro single do Open House, e ela cumpriu um papel de muita responsabilidade, por ter sido a primeira que saiu. Vim de um projeto muito vitorioso, que foi o Terra do Nunca. Então acho que as pessoas ficaram naquela expectativa: ‘O que será que ele vai fazer agora?’ E ‘Deixa pra Amanhã’ foi essa resposta. Acho que sempre me despi de rótulos, tento sempre fazer o que meu coração manda, então gosto de testar, inventar umas loucuras, e para esta música, eu quis fazer uma introdução diferente. Como são duas faixas fortes antes desta — ‘Refém’ e ‘12 Horas’ — , fiz uma abertura com tambores. E, aqui, usei como referência dois trabalhos que acho incríveis: o DVD do Imagine Dragons — aliás, fui ao show deles no Rock in Rio e aquilo me inspirou muito, me despertou para o que eu queria fazer — e o Blue Man Group, principalmente nessa parte estética, o show tem muita cor, muito neon. Misturei um pouco das coisas que eu achava bacana e fiz uma cena para o ‘Deixa pra Amanhã’ que acho que as pessoas curtiram demais. Acho que esta música tocou o coração de todos.” “Astronauta” “Também é uma música inédita e que tem um desfecho interessante, porque as pessoas ficam curiosas com o nome, né? ‘Astronauta? Que música é essa? Vai falar de quê?’. Aí é uma canção romântica que, no fim, chama a atenção porque diz que não tem essa de pedir mais espaço na relação, quem gosta de espaço é astronauta. Porque o lance de você pedir espaço para uma outra pessoa nem sempre dá certo. Como falo muito sobre relacionamentos, achei muito interessante dizer isso para o meu público.” “Hora de Voltar” “Esta é uma regravação do [cantor] Hugo Henrique, que é um compositor jovem talentosíssimo, e há alguns anos eu o ouvi cantando esta música e gostei muito. Quando viajei de férias, ouvi tanto ‘Hora de Voltar’ que pensei: ‘Cara, por que eu não gravo esta música? Canto o tempo todo, já tenho essa proximidade.’ Fiquei com muita vontade de interpretá-la. Então trouxe esta música para o meu projeto, e o Hugo achou incrível. Foi uma forma de mostrar para os meus fãs esta música linda de um menino supertalentoso e também de fazer uma homenagem a ele.” “Me Deixa pra Lá” “Esta entrou aos 45 do segundo tempo. Eu já estava com o repertório pronto, ensaiando e tal, aí o presidente da gravadora me chamou e disse: ‘Dilsinho, sei que você já terminou de escolher, mas estou com uma música aqui que quero te mostrar, acho que tem a ver com você.’ E, quando ouvi, pensei: ‘Opa, esta música tem alguma coisa.’ E comecei a viajar no clima dela. Como eu já estava nessa fase de mudar um pouco o estilo das músicas, deixá-las mais leves, mais dançantes, mas mantendo o romantismo, achei que esta tinha uma vibe diferente, pensei que precisava de mais alguém cantando junto. E aí nasceu a primeira participação do DVD: o [grupo] Atitude 67. Mandei esta música para os meninos, eles curtiram pra caramba, e rolou. A gente registrou este momento, foi muito bom para todos nós, mostramos uma união do gênero. Somos artistas novos fazendo um som diferente, eu curti demais.” “Combinado Não Sai Caro” “É uma música diferente das que costumo cantar, que são as mais românticas. Esta fala para os solteiros, porque no show não vai só casal, é bom lembrar que tem muita gente solteira a fim do desapego. E, como faço música para todo mundo, esta conversa com esse público: são duas pessoas que combinam de ficar às vezes. Aí, quando uma delas começa a se apegar, a outra fala: ‘Ó, a gente combinou de só se ver a cada 15 dias, que você não ia reclamar de eu ficar com outras pessoas. Então relaxa porque o combinado não sai caro’. É o famoso ditado, né? E como é bastante popular, achei legal colocá-lo na música.” “Pouco a Pouco / 50 Vezes” “Estas são duas músicas que gravei com o [grupo] Sorriso Maroto. A ‘Pouco a Pouco’ cantamos no Terra do Nunca, e a ‘50 Vezes’ foi uma participação minha no projeto deles. Estas duas músicas tocaram juntas na rádio, são um sucesso da carreira do Sorriso e da minha. Então resolvi juntá-las. Claro, não ia dar mole de não aproveitar que as pessoas curtiram ver a gente junto, pensei: ‘Pô, imagina no show, vai ser demais juntar as duas músicas.’ E, aliás, a gente não vai ficar só nestas duas, não. Sou muito fã do Sorriso Maroto, e a gente tem uma conexão legal, já estamos pensando há algum tempo em fazer um projeto juntos.” “Moletom” “Esta é a minha filha solitária do projeto. O negócio é que comecei minha carreira gravando basicamente as minhas músicas — meus dois primeiros álbuns são quase 100% autorais. Mas depois que comecei a ter uma rotina um pouco mais cansativa, fazendo muitos shows e trabalhando muito, não tive mais aquele tempo para compor, sabe? Acabei não encontrando este momento, de conseguir balancear. Mas esta música eu já tinha guardada, eu sabia que ia chegar o momento de encaixar ela em algum projeto. E, como eu estava nessa pegada de músicas mais leves e dançantes, acabou sobrando esse espaço para uma música mais romântica, com esta sofrência, que acho que sei fazer bem. E ‘Moletom’ fala desse cara que está completamente desesperado, a pessoa que ele ama foi embora e a relação acabou, não tem mais o que fazer. E ela esqueceu um moletom na casa dele, mas nem sequer quis pegar. Acho que é um pouco o que as pessoas estão vivendo hoje, das relações estarem um pouco mais distantes pela quarentena. Acho que as pessoas se identificaram muito com esta música e fiquei muito feliz por ter uma faixa tão forte no projeto, que se encaixa tanto nesse momento.” “Sogra” “Quando gravei esta música, não tinha planejado nenhuma participação para ela, mas, aí, o Henrique e o Juliano [dupla sertaneja] me mandaram uma mensagem perguntando se não podiam participar dela. E eu respondi: ‘Ué, mas agora?’, aí eles me enviaram um vídeo dos dois cantando ‘Sogra’ na fazenda deles. Topei e perguntei se eles conseguiriam ir para o show em Recife, porque a gente se conhecia pouco. Quem apresentou o meu trabalho para eles foi a Marília [Mendonça], que é uma grande amiga minha, mas, apesar de a gente trocar ideia pelas redes sociais, não tínhamos nos encontrado muito pessoalmente. E, cara, a gente se deu muito bem, a gente pensa muito parecido, criou uma afinidade. A participação deles no DVD, para mim, foi uma das maiores realizações deste projeto. Henrique e Juliano são tão grandiosos, representam tanto para a música aqui no Brasil, poder ter esses caras gigantescos no meu projeto foi realmente a cereja do bolo. Então fiquei muito feliz, ainda mais por ‘Sogra’ ter ido tão bem nas plataformas digitais, é uma música que ficou entre as mais ouvidas do país, e a gente não planejou nada para ela, foi viralizando sozinha, organicamente. Isso dá mais gosto ainda, você pensa: ‘Poxa, que presente’. Isso mostra que quando você faz de coração, e acredito que eles vieram cantar comigo por isso também, por me admirarem e vice-versa, é que as coisas acontecem, não adianta planejar tanto.” “Beijo de Garrafa” “Eu tenho uma grande parceira na minha carreira que é a Ballantine's, e consegui trazer esta música para o projeto junto com eles. É uma marca da qual gosto muito, então ‘Beijo de Garrafa’ foi uma homenagem para a galera da Ballantine's. E ficou bem legal, a gente montou um bar no Open House, bem no meio do palco, e chamamos algumas pessoas do público para ficar ali, junto com a gente. Foi incrível.” “3 Pulinhos” “Sempre que gravo um álbum, procuro deixar espaço para algo novo, alguma coisa que não seja necessariamente um ritmo que costumo fazer. Nesse sentido, este projeto foi um pouco ousado, porque tinha muita coisa nova ali. Foi a primeira vez que coloquei cordas no palco, também coloquei os metais, então foi muito inovador. Esta música é inspirada em algumas coisas que gosto do John Mayer, e ela tem uma letra especial, que fala com as mulheres, é sobre autoestima, sobre se amar antes de amar outras pessoas. Além dos arranjos, eu também quis passar uma mensagem diferente nesta música.” “Visita” “É uma música em que, literalmente, recebo uma visita. Todo o conceito do DVD é sobre receber as pessoas em casa. Por isso o DVD é dividido em dois palcos para quem assiste: tem o palco Quarto e Sala, que foi um projeto anterior ao Open House, um ‘esquenta’, com músicas mais intimistas. Já o Open House é o palco grande. E quando a gente escolheu ‘Visita’, que é uma música do [cantor e compositor] Marco, que também compôs ‘Onze e Pouquinho’, convidei-o para cantar comigo. Foi uma forma de agradecê-lo por ter somado tanto neste novo momento da minha carreira. Falei para ele: ‘Cara, você está começando a trilhar um caminho como cantor, então vem aqui cantar comigo. Esta música é sua e vai ser legal ter você com a gente, é uma energia boa'. E deu muito certo.” “Quarto e Sala” “Esta é a música que me inspirou a dividir o projeto do DVD em dois momentos. E isso tudo foi antes da pandemia, né? Então foi quase uma previsão do futuro. Porque ‘Quarto e Sala’ fala sobre quando a gente ama alguém, e, não importa onde vocês estejam, encaram as dificuldades, e curtem as coisas boas, vivem os momentos bons e ruins juntos, como em um quarto-e-sala apertadinho, mas aconchegante. E essa é a realidade de tanta gente agora, né? E o Open House é o depois, a grande festa em casa, com todo mundo se divertindo. E é curioso isso, porque, neste projeto, a gente foi lançando uma música por semana, e eu nunca iria imaginar que isto aconteceria: todo mundo em casa mesmo.” “Pequenos Detalhes” “Acho que é a música mais pagode de todo o álbum, já começa com a percussão. Ela tem muito a ver com as coisas que eu fazia no começo da minha carreira, aqueles pagodes mais românticos. [As bandas] Sorriso, Exaltasamba, Só pra Contrariar já fazem isso há anos, eu só trouxe uma cara mais nova. Este é um daqueles momentos pé-no-chão, que você pensa: ‘Cara, vamos colocar esta que é certeza que a galera vai curtir um pagode’.” “Restrito” “Esta também entrou ali no finalzinho da escolha de repertório. Eu tenho um grande parceiro de composição, que é o Pedro Felipe, a gente fez várias coisas junto e já interpretei muitas músicas dele ao longo da minha carreira, ele faz parte da minha trajetória. E, para este álbum, o repertório já estava quase definido, mas não tinha uma composição romântica do Pedro entre as escolhidas. Aí, um dia, quando a gente já tinha começado a ensaiar, eu estava ouvindo as músicas no carro, e ele me falou: ‘Cara, posso te mandar mais um som?’. Falei que sim, ele me mandou, respondi na hora: ‘Acertou.’ Tive um sentimento de que as pessoas iriam se surpreender muito com ‘Restrito’, é uma letra de uma maturidade incrível, sobre um cara que liga para o atual da ex e diz: ‘Olha, toma conta dela, não dá o mole que eu dei…’ É muito forte, achei que muita gente poderia se identificar. E o arranjo ficou lindo, então esta música veio para somar e dar ainda mais a cara do Dilsinho para o projeto.” “Apaixonadin (feat. Thiaguinho)” “Esta é uma música mais clean, com esta proposta mais leve. Porque é isso, as minhas músicas que mais tocaram e fizeram sucesso eram de rachar o coração. Aí, logo depois de ‘Restrito’, pensei que precisava de uma vibe mais animada. Aí chamei o [cantor] Thiaguinho. Quer alguém mais vibe que o Thiaguinho? O cara tem esse sorriso de ponta a ponta, e a carreira dele é um espelho para a galera da nova geração, e eu sempre tive o Thiaguinho como referência. Eu falei para ele: ‘Cara, nunca gravamos uma música juntos, por que não agora?’. Aí a gente fez um show, um festival de samba, em que eu cantei, ele cantou, fiquei para o show dele e, assim que ele saiu do palco, fiz o convite. Ele topou e fomos decidir a música. Escolhemos ‘Apaixonadin’, porque é o tipo de coisa que nós dois curtimos. E acho que o público gostou muito, precisava desse encontro: Dilsinho e Thiaguinho. E foi ótimo, porque depois de cantar essas canções românticas, meio tristes, como ‘Restrito’, o povo vai entrando numa bad, numa sofrência, aí eu falei: ‘Não, não, peraí que vou chamar o Thiaguinho’.” “Trovão / Controle Remoto” “Escolhi para fechar o álbum duas músicas que são sucessos do Terra do Nunca. E foi para finalizar lá no alto, com a galera cantando junto. Foi muito emocionante estar lá em Recife. Eu sou do Rio de Janeiro e fui abraçado pelo Nordeste de uma forma incrível, me sinto muito bem lá. Depois de ter gravado o meu primeiro projeto no Rio, onde estou em casa, eu sabia que meu segundo projeto tinha que ter sido gravado em um lugar onde eu sou bem recebido. E o Nordeste é esse lugar. Se eu tivesse escolhido Salvador ou Fortaleza, por exemplo, sei que teria sido muito legal também, então acho que este foi só o primeiro de muitos projetos nessa região. Tenho vontade de fazer muitas outras coisas por lá.”

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