Um dos mais transcendentais grupos de rock de sua geração, o Radiohead revolucionou o conceito de guitar band dos anos 90, injetando música eletrônica, experimentalismos e sobriedade quase acadêmica ao som, que foi recebido pelos fãs como verdadeiras obras de arte. Do sucesso atrasado de “Creep”, do álbum de estreia Pablo Honey, de 1993, ao fundamental OK Computer, de 1997, em que faixas como “Karma Police” e “Paranoid Android” passam a subverter a lógica do rock alternativo, o Radiohead tornou-se uma grande referência do gênero nas décadas seguintes. • Formada em meados dos anos 80 pelos estudantes Thom Yorke (vocais, guitarra e piano), Ed O'Brien (guitarra), Philip Selway (bateria) e os irmãos Colin (baixo) e Jonny Greenwood (guitarra), o Radiohead só começou a atuar como banda em Oxford (Inglaterra) em 1991, quando todos haviam concluído a universidade. O contrato com a EMI previa que a banda, que se chamava On A Friday, mudasse o nome para Radiohead. Todos de acordo, o EP Drill (1992) foi gravado sem muito alarde. • O emblemático single “Creep” foi gravado no ano seguinte, mas só virou um fenômeno das rádios dos Estados Unidos quando Pablo Honey foi lançado, no início de 1993. Dois anos mais tarde foi a vez do aclamado álbum The Bends, que tirou o grupo da sombra de “Creep” e emplacou um punhado de faixas em rádios alternativas, como “Fake Plastic Trees” e “Street Spirit (Fade Out)”. • Lançado em 1997, OK Computer foi um marco não só para o Radiohead, mas para o rock da década. Adicionando música eletrônica ao peso das guitarras, experimentando possibilidades e apontando para uma direção contrária à do britpop e do grunge, estilos que dominavam o gênero no meio da década, o grupo criou verdadeiros hinos do art-rock, como “Karma Police” e “Paranoid Android”. • A virada do milênio marcou o lançamento de Kid A (2000), um dos primeiros álbuns a ser pirateado em grande escala pelos serviços de compartilhamento de arquivos – “Everything In Its Right Place” e “Idioteque” são dois destaques. O ano seguinte traz Amnesiac, um conjunto de faixas produzidas durante as sessões de Kid A. Mais comercial, o projeto gerou o single “Pyramid Song”. • 2003 registrou outro álbum do grupo a atingir o topo das paradas, Hail to the Thief. O feito garantiu ao Radiohead um convite para ser headliner do festival Coachella e marcou também o fim do contrato com a EMI. A partir dali a banda seguiu de forma independente, o que também representou uma revolução no mercado fonográfico. • Após um hiato de alguns anos, em que os membros se dedicaram a projetos solo, o Radiohead voltou ao estúdio em 2006. Independente, In Rainbows (2007) marcou outra inovação: o álbum foi lançado de forma 100% digital no site da banda, e os fãs podiam pagar o valor que quisessem pelo produto. A estratégia rendeu ao Radiohead mais de um milhão de downloads em menos de 24 horas. • Em 2017, a banda celebrou os 20 anos do lançamento de OK Computer com OKNOTOK, álbum duplo com faixas extras e material inédito. • O grupo entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 2019 e, em 2021, repetindo o passeio ao passado do álbum anterior, lançou Kid A Mnesia, um apanhado generoso de 34 faixas – um resgate de materiais inéditos das sessões de gravação dos álbuns Kid A e Amnesiac.