Durante boa parte dos séculos XIX e XX, o alemão Georg Philipp Telemann (1681-1767) era considerado um J.S. Bach popular: bom compositor, mas sem a densidade espiritual do seu contemporâneo. Mas Telemann, que nasceu em Magdeburgo, produziu uma música inventiva, com novos timbres e colorações. Ele também é um dos compositores mais prolíficos da história da música. Tafelmusik (1733), conjunto de peças com mais de quatro horas de duração, é repleta de combinações empolgantes de instrumentos – o compositor tocava quase todos eles. E, ao contrário de Bach, Telemann tinha humor. Na Alster Overture, cisnes, corvos, sapos e pastores são representados de forma lúdica. O alemão também produziu uma enorme quantidade de música sacra, pela qual ele se tornou o compositor mais célebre da Europa na época em que morreu. Brockes-Passion (1716), por exemplo, impressiona pela comovente composição para voz e pelo forte sentimento devocional. Mas o verdadeiro tesouro de sua produção são as obras puramente instrumentais, que ele mesmo editava, de forma pioneira, e promovia. Criativas e divertidas, essas obras estão entre as músicas mais agradáveis do século XVIII.