NEW DNA (Apple Music Edition) - EP

XG
NEW DNA (Apple Music Edition) - EP

Embora frequentemente associado ao k-pop, o girl group XG (abreviação de Xtraordinary Girls) se identifica com outro tipo de música. Baseado na Coreia do Sul, o septeto (Jurin, Chisa, Hinata, Harvey, Juria, Maya e Cocona) é formado por artistas japonesas que cantam predominantemente em inglês. Quando questionadas sobre como descrever a própria música, elas evitam termos como k-pop ou j-pop e preferem se identificar como “x-pop”. “Eu descrevo o som do XG como uma mistura inspirada em R&B e hip-hop, mas também com muitos elementos originais”, diz Chisa, de 21 anos, para Brooke Reese, do Apple Music. “A letra ‘X’ representa essa natureza desconhecida.” A melhor maneira de decifrar o tal fator “X” do XG é ouvindo suas músicas. NEW DNA (2023), o EP de estreia do grupo, reúne seis faixas – a curta e psicodélica introdução “HESONOO” apresenta um conceito para o álbum inspirado na ficção científica, com frases como “fase orbital iniciada” e “hibernação desativada”. Ao que tudo indica, as jovens integrantes do XG não estão mais em fase de treinamento e, sim, prontas para decolar nesta nova aventura. Os aspectos de ficção científica seguem em “X-GENE”, música que flerta com o hip-hop e combina versos sobre autoconfiança e linguagem espacial: “Whether you alienate it, planet invaded/ All day and every day we slayin’ it” [“Mesmo se você se alienar, planeta invadido/ Todo dia e a toda hora estamos detonando”, em tradução para o português]. O single “GIRL GVNG”, lançado antes do EP, é descrito pelas integrantes do XG como “chegada”. Carregada por uma batida de trap, a música se mostra uma versão mais ousada da tendência “girl crush”, popular no k-pop de 2023, com letras como: “Don’t you let these/ Pretty faces fool you/ Savage underneath/ There’s no limit” [“Não deixe esses/ Rostos bonitos te enganarem/ Selvagem por baixo/ Não há limites”]. NEW DNA reforça a temática de ficção científica em “TGIF”, descrita como “evolução”: “All across the globe and out the solar/ Nobody comin’ close when we show up” [“Em todo o mundo e além do sistema solar/ Ninguém chega perto quando aparecemos”]. É “PUPPET SHOW”, contudo, que mostra mais diretamente o conceito presente no EP. Ao mesmo tempo que apresenta a frustração de ser uma mulher em um relacionamento desequilibrado (“We spend a lot of time talkin’/ But it feels like I’m never heard” [Passamos muito tempo conversando/ Mas parece que nunca sou ouvida”], a música também convida diretamente quem está ouvindo a imaginar um mundo onde a dinâmica tradicional é invertida: “Welcome to the puppet show/ Where we play ’em like they’re plastic dolls/ They’ll do anything, anything, anything/ When you got ’em hanging by a string” [“Bem-vindos ao show de marionetes/ No qual brincamos com eles como se fossem bonecos de plástico/ Eles farão qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa/ Quando você os tem na palma da mão”]. É um tema fácil de se identificar, mas ainda há algo de ficção científica na música ao evocar esta realidade alternativa estranha, ainda que poderosa, na qual as mulheres têm mais poder social. E parece ser neste espaço – um universo hip-hop bastante original - que o XG reivindica seu lugar.

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