Só Conheço o Mar - EP

Só Conheço o Mar - EP

O período de isolamento social levou Roberta Campos criar o EP Só Conheço o Mar, inspirado principalmente por reflexões e sentimentos derivados do momento. “Durante a pandemia, comecei a compor bastante e me veio essa vontade de lançar alguma coisa”, revela a cantora em conversa com o Apple Music. “A princípio, a ideia era gravar um álbum, com produção do Paul Ralphes, mas não pude entrar no estúdio e tudo mais, então resolvi gravar este EP, para falar sobre este momento, sobre o que estou sentindo, e sobre este isolamento a dois e o isolamento em mim mesma.” O álbum será lançado, mas apenas quando Roberta puder fazer shows. Até lá, ficará guardado e a cantora trabalhará o EP. Com cinco faixas, todas autorais e inéditas, Só Conheço o Mar marca a estreia da artista também como produtora. “Estou experimentando mais essa coisa de ter elementos na música”, explica. “As faixas foram feitas para o EP mesmo, e na verdade elas traduzem este período, o início, esse susto, e, como fala do isolamento, eu canto o amor”. Roberta Campos aproveitou o tempo ao lado da esposa, Marina Campos, para justamente falar sobre o amor e as sensações que viviam. “Eu coloquei isso nas músicas, então elas são mais introspectivas, dai tem um respiro, depois volto para mim, tem um conflito comigo, um conflito com o mundo, e depois eu passo a mensagem de que tudo vai ficar bem, que é o que eu sinto.” Mesmo se aventurando pela primeira vez como produtora, Roberta Campos assume o tempo todo em seu novo trabalho que “não conhece nada” e, por isso, o título do EP. “Eu só conheço um pouco de mim, ou acho que conheço”, teoriza. “Somando as reflexões deste período de isolamento também. Logo no início, fiquei muito sem saber o que ia acontecer, bateu uma insegurança, um misto de sentimentos, medos, um monte de coisa. E eu percebi que na verdade a gente não conhece nada, e falo mais por mim, eu não conheço nada e conheço só um pouco de mim. E também tem essa coisa do mar, que é uma imensidão, que dessa imensidão que eu conheço, eu não conheço nada.” Por fim, a cantora, compositora e, agora, produtora, espera poder espalhar a mensagem de esperança com o novo EP: todo este momento vai passar e tudo vai ficar bem. Abaixo, Roberta Campos fala sobre cada uma das faixas de Só Conheço o Mar. Cada Acorde É Seu “Eu comecei a fazer a música, e ela veio muito rápido, como que em um espaço vazio. Eu gosto de compor isolada, mais solitária. Eu desci para mostrar para Marina o que eu tinha feito e falei: ‘Você não quer completar e colocar um pouco de você na música também?’, porque ela escreve muito bem. E eu acho que ela tinha que ter esse espírito. E daí eu já imaginei o arranjo, começando bem vazio, quase que melancólico, com os instrumentos entrando aos poucos, e reproduzimos isso no estúdio. E foi assim que a música aconteceu, na ideia de mostrar os meus sentimentos e os sentimentos da Marina, porque eu queria que o EP passasse essa sensação.” Meu Amor É Seu “’Meu Amor É Seu’ já é uma música mais feliz, que fala: ‘Está tudo bem, meu amor é seu e seu amor é meu’, e isso já alivia muito toda essa loucura do mundo. E a gente fez isso também, porque tinha dias que eu não ligava a TV, não via a internet, ia curtir a nossa casa, a nossa vida, ficar mais tranquila, e é aquele sentimento de ‘se eu não estivesse com você, como seria esse período?’. Seria bem mais difícil... E aí veio a ideia desta música, de contar um pouco desse sentimento.” Sentinela “Esta faixa fala um pouco mais de mim, é um sentimento meu, voltado para mim. Foi um período muito rico... É bem louco pensar isso. Na minha terapia eu evoluí muito, e nessa situação de consciência que eu tive... Eu descobri até mesmo que eu tenho TDH, veja você... Então, voltar para mim e ter esse tempo me olhando é muito doloroso, esse olhar assim de frente, apontar os seus erros, ver o que você é e o que você precisa mudar, e ter essa perspectiva de ter a vida depois de se conhecer um pouco mais, é muito louco. E eu fiz esta música, ‘Sentinela’, neste sentido: eu estou me olhando, me descrevendo de fora, me olhando de fora, me analisando, e ao mesmo tempo eu estou muito dentro de mim, falando sobre tudo o que estou sentindo e sobre tudo o que eu sou.” Me Leve Pra Voar “Ela mostra um pequeno conflito dessa coisa de ficar isolado, de não saber para onde ir, o que fazer, você fica um pouco estressado... Acho que todo mundo teve isso também, como se fosse um ruído na estação de rádio. Mas ao mesmo tempo é muito pouco, e isso dura, sei lá, poucas horas, poucos minutos. De repente você acha a estação de novo e você fala que quer ir junto. E essa coisa dela, da parceria, do companheirismo, do amor, de você viver cada coisa, ela sendo mais fácil, e você encarar aquilo de mãos dadas com a pessoa e atravessar o tempo.” Tudo Vai Ficar Bem “’Tudo Vai Ficar Bem’ é o sentimento que eu tenho. Ela fala sobre isso de você olhar para você e ser resiliente, porque eu acho que todo mundo terá na vida uma realidade que vai ter que enfrentar, e entender que no passado era diferente, mas você só enxerga isso depois. Eu acho que a gente refletiu muito neste período e enxergou muita coisa. E enxergando tudo isso e usando a resiliência, você se torna uma pessoa mais forte. E vê que tudo vai ficar bem. Esta música é como se fosse um mantra, e essa foi a intenção que eu busquei na produção dela. Eu tive vontade de colocar mais elementos, e este é um álbum mais cheio. Coloquei uma bateria mais forte, que preenche. E é o que eu sinto, estou mais completa, mesmo em um período muito louco, porque eu me entendi muito neste período. E esse mantra traz um pouco o minimalismo, porque no fim cada um é um indivíduo, e você reflete isto: por mais que você tenha uma história com o mundo, você sempre será um indivíduo. E se todo mundo vibrar nessa energia, a gente consegue um resultado melhor, tudo vai ficar bem, cada um fazendo a sua parte.”

Selecionar um país ou região

África, Oriente Médio e Índia

Ásia‑Pacífico

Europa

América Latina e Caribe

Estados Unidos e Canadá