Capital Inicial 4.0

Capital Inicial 4.0

O Capital Inicial comemora 40 anos de carreira com um projeto que revisita o passado e celebra o presente. Clássicos que marcaram a história da banda de Brasília ganham nova roupagem – e convidados especiais – em Capital Inicial 4.0, álbum gravado ao vivo e disponível em Áudio Espacial. “O Passageiro” ganha versão com Pitty; “Natasha” tem participação de Marina Sena; e Samuel Rosa canta em “Tudo Que Vai”. O líder do Skank também está em “Amor em Vão”, a primeira música inédita do Capital em quatro anos. “Foi uma produção muito especial. Distribuímos ingressos gratuitos para os nossos fã-clubes que vieram de todo o Brasil. Isso nos gerou enorme responsabilidade e apreensão. Havia uma sensação enfática de intensidade e simbiose com a plateia. Foi uma catarse! Enchi meus olhos de lágrimas quando comecei a cantar a primeira música”, explica o vocalista. Dinho Ouro Preto é a cara e a voz da banda (formada pelo guitarrista Yves Passarell e pelos irmãos Flávio, baterista, e Fê Lemos, baixista) que surgiu do Aborto Elétrico – cujo cantor original era Renato Russo. Com Legião Urbana e Plebe Rude, o Capital Inicial formava a tríade de Brasília que revolucionou o rock brasileiro nos anos 80. A seguir, Ouro Preto comenta as faixas de Capital Inicial 4.0 e relembra episódios da longa e sólida trajetória da banda. Veraneio Vascaína “É do Flávio e do Renato. Com o fim do Aborto Elétrico, sobraram três músicas que a gente dividiu entre Capital Inicial e Legião Urbana. Em 1986, o regime militar já havia acabado, mas não tínhamos uma democracia plena. Naqueles resquícios de autoritarismo ainda existia a figura do censor, e ele queria que esta faixa fosse excluída. No final, acertamos que o álbum viria lacrado e com uma tarja com a seguinte frase: ‘Proibido para menores de 18 anos’. Acabamos fazendo publicidade com isso, é claro. Foi bastante polêmico na época.” Independência “É uma das primeiras músicas que a gente compôs quando se mudou para São Paulo, em 1985. Todos da banda participaram da criação. Naquela fase, o nosso processo de composição ainda era muito coletivo. Um pouco depois, eu comecei a fazer parcerias com o [cantor e compositor] Alvin L, e grande parte do material do Capital vem daí.” Vendetta “Composta por mim e pelo Alvin L, traz uma pegada punk rock. Embora tenha sido lançada em 2004, é ainda mais relevante agora [2022], neste momento de polarização do Brasil. É cheia de raiva e de rancor.” O Passageiro “Esta releitura de ‘The Passenger’ [sucesso de Iggy Pop] foi composta em 1991 e é uma tradução quase literal, com algumas licenças poéticas. A participação da Pitty funciona muito bem. Já havíamos tocado com ela e a química era sempre legal. Eu a admiro demais como artista e compositora.” Kamikaze “Também de 1991. Sempre tentamos resgatar esta música a pedido dos fãs, mas era difícil acertar o arranjo como gostaríamos, parecia ficar abaixo da versão original. Mas o público venceu! Acabamos conseguindo realizá-la.” Fogo “Composta por mim e pelo Bozo Barretti, nosso antigo tecladista, em 1988. É engraçado porque, em um primeiro momento, esta música passou despercebida. A gente já estava partindo para o álbum seguinte, mas ‘Fogo’ começou a acontecer sozinha e acabou se tornando muito presente no nosso repertório. Também queríamos chamar artistas da nova geração para a gravação do álbum e Ana Gabriela tem uma das vozes mais bonitas da atualidade, ela é realmente abençoada.” Depois da Meia Noite “Parceria minha com o Pit Passarell, irmão do Yves. Ele tem uma presença importante nas nossas composições, por isso a gente quis trazer músicas dele para o projeto. E esta é uma das minhas favoritas.” O Mundo “O Capital se separou nos anos 90, então fui para a carreira solo e eles passaram a ter um outro vocalista. Voltamos a nos reunir em 1998 e fomos gravar em Nashville [EUA] com o incrível produtor David Z, que já trabalhou com Prince. ‘O Mundo’ foi a primeira música que fizemos no retorno.” Fátima “Mais uma do Aborto Elétrico assinada por Flávio Lemos e Renato Russo. Conheci esta música quando era adolescente, vendo eles tocarem nas calçadas de Brasília. Várias faixas que hoje são conhecidas já estavam no repertório deles naquela época, e ‘Fátima’ era, de longe, a minha favorita. É engraçado pensar que isso foi há 40 anos. Ela não tem rimas nem refrão, e mesmo assim as pessoas amam e conhecem a letra inteira. É um atestado da genialidade do Renato.” Natasha “Foi composta em 2000, no encerramento dos ensaios do Acústico. Antes de fechar o repertório, o produtor perguntou se tínhamos mais alguma música e eu, timidamente, mostrei ‘Natasha’. Gravamos de última hora, e ela se tornou uma das faixas mais importantes da nossa história. A participação da Marina Sena faz todo o sentido na versão atual. Ela vem de uma cidade do interior de Minas Gerais e se sentia a própria Natasha. Gosto da atitude e da voz da Marina.” À Sua Maneira “É uma versão de ‘De Música Ligera’, do grupo de rock argentino Soda Stereo. Escutei pela primeira vez na casa de um amigo e me surpreendi. Onze anos depois, a gente estava preparando o álbum Rosas e Vinho Tinto [2002] e me lembrei desta música. Desde 1989, o Capital Inicial inclui pelo menos uma regravação em cada álbum – então eu comecei a brincar com a letra dela e fiz uma versão fonética. É também um jeito de mostrar um pouco do rock latino-americano para quem não é familiarizado.” Tudo Que Vai “Samuel Rosa foi o primeiro convidado deste projeto, assim que ele começou a nascer. Desde o começo, eu achava que esta música ficaria bonita com ele. A voz do Samuel é brilhante, e ele abraçou a ideia de corpo e alma. Acabei me aproximando dele pessoalmente – para além da admiração artística, nos tornamos amigos.”

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