EL MAL QUERER

EL MAL QUERER

Mesclar com maestria o flamenco tradicional e o pop contemporâneo não era o bastante: em seu segundo álbum, EL MAL QUERER (2018), a estrela espanhola ROSALÍA também apresenta uma narrativa baseada na literatura medieval. Inspiradas em Flamenca – livro do século XIII considerado o primeiro romance moderno, sobre uma mulher que é aprisionada por seu noivo ciumento –, cada uma das 11 faixas do projeto, criado em colaboração com o produtor El Guincho (Pablo Díaz-Reixa), é uma espécie de capítulo de uma história sobre uma relação condenada. A seguir, ROSALÍA fala mais sobre as músicas de EL MAL QUERER, faixa a faixa: MALAMENTE (Cap.1: Augurio) “É uma premonição – aquele momento, no começo de uma história, em que você sabe como ela vai acabar, mas, mesmo assim, vai em frente. Tentei compor uma música que todo mundo pudesse entender, experimentando uma sonoridade eletrônica, mas também conectada às minhas raízes e ao flamenco. É uma combinação desses universos.” QUE NO SALGA LA LUNA (Cap.2: Boda) “Esta música é sobre compromisso e aquela sensação que você tem quando começa a se relacionar com alguém. Às vezes, você perde algo de si no processo. É o lado sombrio de se envolver – é lindo, mas, ao mesmo tempo, tem essa outra parte, né?” PIENSO EN TU MIRÁ (Cap.3: Celos) “Significa ‘pensando em seu olhar’. Esta música surgiu de um sample de vozes búlgaras. Criei a linha de baixo em uma ilha espanhola, El Hierro. Eu me senti muito inspirada naquele lugar.” DE AQUÍ NO SALES (Cap.4: Disputa) “É a parte mais agressiva do álbum… e uma das mais arriscadas. Eu quis usar as motos nesta faixa com esse ritmo maluco que combina o terceiro e o quarto [capítulos]. O [cantor norte-americano] Khalid me disse que gostou desta música – eu adoraria colaborar com ele.” RENIEGO (Cap.5: Lamento) “É uma melodia tradicional do flamenco. O [cantor espanhol] Camarón estava cantando com uma orquestra; ele criou o arranjo. Acho que esta música tem um clima muito mágico.” PRESO (Cap.6: Clausura) “Dá para ouvir a voz de Rossy de Palma – ela é uma atriz icônica da Espanha. Você consegue sentir a experiência na voz dela. É pesado, sabe?” BAGDAD (Cap.7: Liturgia) “Eu me inspirei muito em um clube erótico em Barcelona chamado Bagdad e na música ‘Cry Me a River’, do Justin Timberlake. Ele ouviu esta faixa e disse: ‘Sim, você pode usar a melodia’. Eu fiquei muito feliz porque ele nunca aprova nada.” DI MI NOMBRE (Cap.8: Éxtasis) “Esta tem uma vibe bem flamenco, muito tradicional, mas a estrutura é pop. Ela é sobre a conexão entre duas pessoas, o momento sexual. A letra – ‘Diga meu nome, diga meu nome’ – revela o quanto sou fã do Destiny's Child [em referência à música ‘Say My Name’, de 1999]. Esta faixa presta uma homenagem a artistas que eu ouvia quando era adolescente. ” NANA (Cap.9: Concepción) “Esta é uma melodia de flamenco tradicional usada para ninar as crianças. Eu andava muito inspirada pelo James Blake – o espaço e a produção que ele usa em suas músicas. Tenho a sensação de que, daqui a 50 anos, as pessoas vão estudá-lo nas universidades.” MALDICIÓN (Cap.10: Cordura) “A gente trabalhou com o Pablo [Díaz-Reixa, o produtor El Guincho] na produção e na composição durante um ano e meio, mas eu não estava satisfeita. E, então, surgiu este sample do Arthur Russell [violoncelista de vanguarda que faleceu em 1992] – acho que ele é perfeito para este momento.” A NINGÚN HOMBRE (Cap.11: Poder) “A última música do álbum foi a primeira que eu escrevi. É sobre o poder de uma mulher. Pablo ficou muito empolgado com ela e a gente percebeu que formava uma boa parceria, então eu disse: ‘Vamos fazer o álbum inteiro juntos.’.”

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