蓮

“Todas as minhas músicas são uma mistura (de gênero) completa”, diz LAY ao Apple Music, sobre a sua combinação de hip-hop, eletrônica e R&B. Desde que se tornou famoso com os astros do k-pop EXO, LAY (Zhang Yixing) tem sido claro sobre a sua missão de tornar global o “mix-mandarin-pop”, m-pop ou mandopop. Em seu novo álbum solo, ele brinca com letras em mais de um idioma, com instrumentação que mistura Oriente e Ocidente e com estética chinesa tradicional, tudo isso envolto em um conceito ambicioso. Lit apresenta LAY como a reencarnação de Xiang Yu, o célebre guerreiro que, no século III a.C., se rebelou com sucesso contra a poderosa dinastia Chin, mas acabou fracassando ao conquistar a China. “Xiang Yu foi sem dúvida um rei com ‘a força para mover montanhas e o espírito para conquistar o mundo’, mas, apesar de todos os seus talentos marciais, ele acabou derrotado”, diz LAY, citando “Song of Gaixia”, um poema supostamente escrito por Xiang em suas últimas e dramáticas horas. “Se eu realmente fui Xiang Yu na minha vida passada, então tenho que trabalhar nesta vida para mudar o meu destino”. Para isso, LAY convoca o seu alter ego antigo para enfrentar batalhas de insegurança, pressões familiares e sonhos destruídos pela realidade. Com a ajuda do rapper e conterrâneo de Changsha, Kungfu-Pen, do artista de Chengdu PISSY, do produtor vencedor do GRAMMY Scott Storch (Dr. Dre, The Roots) e do produtor de trap Murda Beatz (Travis Scott, Gucci Mane, Drake), LAY está pronto para levar o mandopop para o grande público. “‘Lit’ fala sobre como, na cultura chinesa, as pessoas gostam de derrubar qualquer um que tenha os seus próprios sonhos, aspirações e ambições. Esta é uma música que escrevi para mim e para todo mundo que tenha sido ridicularizado ou desprezado por seus sonhos. Eu acho que todo mundo tem um espírito protetor. No clipe desta música, o dragão representa as minhas aspirações e os meus desejos. Eu penso que desde que você tenha algo que queira fazer, definitivamente pode fazê-lo. Mesmo que no fim você não se torne um dragão de fato, pelo menos vai saber o que é preciso para ser um.” Jade “Quando Murda Beatz fez a batida pela primeira vez, eu disse, ‘Ei, eu trouxe uma hulusi (flauta de cabaça) comigo, por que não improvisar um pouco?’. Ele falou tipo, ‘Essa é a vibe’ e colocou na faixa. Três compositores, incluindo eu, trabalharam na melodia e nas letras e, depois de muitas revisões, decidimos fazer uma música sobre uma mulher. Então pensei: por que não chamá-la de ‘Jade’? Outros países têm diamantes, mas na cultura chinesa a jade é a única coisa que tem mais ou menos o mesmo status. Quando eu estava trabalhando nessa ideia, pensei na história de Xiang Yu e a sua paixão, Consort Yu, daí incluí trechos da ópera de Pequim ‘Adeus, Minha Concubina’, que conta a história trágica deles.” Eagle “Na China, acreditamos que, além do sol, as águias são os soberanos do céu. (Quando eu canto) ‘Quando somos apenas eu e o sol no céu, não há lugar para essas lebres astutas se esconderem’, eu estou falando sobre Xiang Yu e a sensação de dominação, de quando ele estava no auge e ainda invicto, esse tipo de ambição e ousadia dos guerreiros que disputam o poder.” H2O “‘H2O’ tem três instrumentos chineses diferentes: percussão tradicional, hulusi e guzheng (cítara chinesa). Recebemos esta música em 2015 e nunca tivemos a oportunidade de lançá-la. Mas neste ano, de repente, pensei que, se eu colocasse alguns instrumentos chineses, ficaria realmente muito diferente. Então, eu incluí alguns e troquei a bateria de 2015 por uma de 2020.” Fly “A gente sampleou sons de percussão chinesa em um teclado e incluímos um monte de reverb e alguns efeitos por cima para dar um clima totalmente diferente. Não é um instrumento de verdade – é principalmente percussão chinesa feita em um teclado. Mas quando você faz isso, cria um som percussivo totalmente diferente. Desde o começo, ‘Fly’ era sobre deixar rolar e estar em liberdade. Existem muitas coisas que não podem ser ditas, tudo o que eu posso fazer é voar.” Soul “Esta música é a última faixa da primeira metade do álbum. ‘Soul’ representa uma reencarnação que leva à próxima música, ‘Changsha’. Depois de reencarnar, você volta como uma criança para a cidade de Changsha, onde encontra a sua mãe e nasce de novo. A música também é bem diferente. Muito espiritual. Quando eu ouvi a batida pela primeira vez, gostei muito, mesmo sem ter letra ainda.” Changsha “Este é o single principal da segunda parte do álbum. Eu tive a honra de trabalhar com Scott Storch, produtor que ganhou o GRAMMY, na composição e no arranjo desta faixa. Fiquei muito feliz durante o processo. Ele é o produtor principal, e a maior parte da minha participação está na letra. Eu escrevi a letra com meus amigos Kungfu-Pen, que é da minha cidade, Changsha, e PISSY, de Chengdu. Escrevemos em mandarim e no dialeto de Changsha, porque se trata da minha cidade natal, além de um pouco de inglês. Também tem uma melodia bem leve na flauta chinesa que abre a música. ‘Changsha’ é provavelmente a música mais vibrante do álbum e foi uma verdadeira motivação para mim. Por se tratar de Changsha, eu preciso usar o dialeto de Changsha, principalmente porque ele é único e muito especial.” Mama “Eu definiria esta música como mandopop. Ela usa muitos instrumentos tradicionais, incluindo flautas, o que dá um clima pan-asiático bem chinês. Para mim, flautas representam água corrente. Minha mãe é de Changsha, então é claro que eu trago o rio Xiang em mim. De volta à ideia do mandopop, não dá para simplesmente descrever a música como puramente R&B ou hip-hop. Tematicamente, esta música descreve como, nas famílias chinesas, se diz ‘eu confio em você. Eu acredito que você pode’, mas no fundo eles realmente não confiam que você pode fazer tudo. A realidade é: ‘Eu acho que você deveria ficar na sua zona de conforto. Não tente ganhar um GRAMMY. Esse não é você. Para que você quer ser tão grande?’. Mas você não disse que tinha fé em mim? Para mim, essa é a principal honra da música, e eu quero conquistar esse mundo e me apresentar no palco do GRAMMY. No final, eu canto (em inglês): ‘Deixe-me voar, voar para longe’. É sobre como os pais chineses desejam proteger seus filhos, mas como esse desejo, em um certo grau, se torna as algemas que os aprisionam. Mas eu não acho que minha mãe vai ficar triste com esta música.” Boom “Esta tem uma vibe bem latina. Eu não conheço nenhum latino-americano, então não pude usar espanhol nela, o que é uma pena. Quando tiver a oportunidade, gostaria de aprender espanhol e tornar o mandopop um pouco mais diversificado em termos linguísticos para poder aproximar todos nós.” Call My Name “Esta música é realmente interessante. É um chamado para o amor que você deseja, uma esperança de ser o herói para quem você ama. Digamos que você goste de uma garota. Você quer ser o herói dela. Mas, por algum motivo, não dá para ficarem juntos. É um R&B, mas também tem muito hip-hop, além de misturar letras em chinês e em inglês.” Late Night “Trata-se das minhas crises de insegurança e de expressar esses sentimentos sem saber se estou no caminho certo. Eu tenho objetivos, sonhos, ideais. No processo de alcançá-los, sinto que estou perdendo o rumo. Se você quiser defini-la estilisticamente, eu ainda diria que é mandopop. Mas esse m-pop reúne vários elementos diferentes. Não é apenas EDM, R&B ou hip-hop. Aqui todos os elementos estão sendo integrados. É o tipo de coisa que vai continuar amadurecendo na minha música.” Wish “Que desejo é esse? De que nada disso tivesse acontecido, de que você nunca tivesse dito a essa pessoa: ‘Eu gosto de você’. É sobre amor não dito, mas também é sobre uma história realmente triste. Mesmo que você nunca tenha mandado para ela aquela mensagem que você editou várias vezes, você sabe o que vai acontecer de qualquer maneira, então apenas aceite.”

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