Polêmica, mutante e explosiva, Miley Cyrus é uma força criativa como poucas. E ainda que qualquer menção ao seu nome remeta à personagem Hannah Montana, papel que a revelou como atriz e cantora em 2006, sua biografia deixa claro que ela não pode ser resumida à sensação teen do início da carreira. Destiny Hope Cyrus nasceu em 1992 no Tennessee (EUA), filha do cantor country Billy Ray Cyrus, e alcançou a fama cedo, aos 14 anos, como estrela de seriado adolescente. Conciliou quatro temporadas a dois álbuns solo marcados pelo pop chiclete – Meet Miley Cyrus (2007) e Breakout (2008). Até que se descolou do papel de garota comportada com “Can't Be Tamed”, faixa do álbum homônimo lançado em 2010. A letra, que confrontava a imagem de ídolo teen, foi amarrada a um electropop sombrio e abriu caminho para a fase mais radical, que evoluiu para entrevistas polêmicas e aparições sensuais nos palcos. Bangerz, de 2013, solidificou a reviravolta com “We Can't Stop” e a avassaladora “Wrecking Ball”. Coautora de 12 das 16 faixas do álbum, Cyrus renovou o repertório apostando em R&B e disputou holofotes com Lady Gaga, Justin Bieber e Taylor Swift, tanto em vendas quanto em polêmicas. Em 2015, outra guinada marcou o lançamento de Miley Cyrus & Her Dead Petz. Distribuído gratuitamente, o trabalho é resultado de um mergulho em experimentação e psicodelia, influenciadas pela parceria com Wayne Coyne, da banda The Flaming Lips. O rock, que combinou de maneira eletrizante com a voz rouca, ficou de vez na carreira da cantora. Em 2020, os fãs do gênero se dobraram às interpretações explosivas de “Zombie” (The Cranberries) e “Heart of Glass” (Blondie). O álbum Plastic Hearts a consolidou como uma cantora versátil, multifacetada e cada dia mais potente.