Artista do Ano do Apple Music 2022

Não faltou música boa de grandes estrelas em 2022 – mas teve um artista que dominou o ano como ninguém. Lançado em maio passado, Un Verano Sin Ti – o sexto projeto em quatro anos da superestrela porto-riquenha Bad Bunny – arrematou os títulos de álbum com mais streams em 2022 e, mais recentemente, o de maior álbum latino de todos os tempos. Un Verano Sin Ti também ficou na posição Nº 1 da Billboard 200 por mais semanas do que qualquer outro álbum desta década. Para além dos números impressionantes, nenhum artista representa melhor a transformação radical do pop global nos últimos anos.
Contribuindo ainda mais com o sucesso de Un Verano Sin Ti, a turnê World's Hottest Tour quebrou recordes nos Estados Unidos e segue lotando enormes arenas esportivas e complexos de entretenimento na América Latina. Bunny ainda se destacou nas telas – da sua estreia memorável na série Narcos: México, em 2021, ao seu papel ao lado de Brad Pitt no filme Trem-Bala, no ano seguinte. O artista também se lançou na moda: ele tem uma linha de sneakers com a Adidas (sempre esgotados); e nas causas sociais: além de ter sido homenageado pela cidade de Los Angeles – que dedicou a ele o dia 1º de outubro por seu “imenso impacto cultural para a comunidade latina” –, Bunny arrecadou dinheiro e gerou conscientização com o objetivo de ajudar Porto Rico a se recuperar da devastação deixada pelo furacão Fiona, em setembro de 2022.
A seguir, acompanhe a ascensão meteórica de Bad Bunny, a revolução de sua música e um 2022 histórico, que o tornou nosso Artista do Ano.

2016-2018: Os primeiros passos de Bad Bunny

Muito se fala sobre os tempos de Benito Antonio Martínez Ocasio como empacotador de supermercado, mas a verdade é que seus primeiros sons deixam pouca dúvida sobre seu talento inato. Em 2016, ele entrou na disputada cena da indústria do hip-hop latino – impulsionada por singles – e se destacou com versos inteligentes em faixas como “Tú No Metes Cabra”, “Diles” e “Solita”, ombro a ombro com artistas bem mais experientes, como Arcángel, Wisin e Ñengo Flow.
Ao mesmo tempo em que lançava singles de reggaeton – como “Mayores”, com Becky G., e “Amantes de una Noche”, com Natti Natasha –, Bunny revelava suas influências da velha escola, principalmente nas batidas de trap dos grandes produtores da cena, um reflexo do som cada vez mais dominante – de San Juan a Nova York e Miami. Ainda assim, ele sempre buscou se diferenciar, fosse declarando sua paixão pelo wrestling profissional na elétrica “Chambea” ou tornando-se o menino melancólico na balada de piano minimalista “Amorfoda”. Em cerca de dois anos, Bunny se tornou um farol do trap latino e um dos representantes mais promissores do gênero de sua geração, ganhando, em março de 2018, uma distinção da série Up Next, do Apple Music.

Up Next: Bad Bunny

2018-2020: Bad Bunny ganha o mundo

Ainda em 2018, Bad Bunny participou da escaldante “Te Boté (Remix)”, ao lado das estrelas latinas Nicky Jam e Ozuna. Com versos de Benito e J Balvin, a ainda mais popular “I Like It”, de Cardi B, estourou a seguir. O sucesso das duas faixas representou um abalo sísmico na cena e mandou uma mensagem clara: o poder global e a presença massiva de músicas cantadas em espanhol na era do streaming são reais. O eixo pop do reggaeton ajudou Bunny a alcançar posições importantes com artistas latinos consolidados, como Jennifer Lopez e Ricky Martin.
Mas foram a parceria com Drake em “MIA” e o sequencial lançamento do seu álbum de estreia, X 100PRE (pronuncia-se “siempre”), na véspera do Natal de 2018, que mudaram tudo. Marcado pelos traps inventivos, o projeto tornou o miniálbum OASIS, parceria com J Balvin lançada no ano seguinte e carregada de reggaeton, muito mais surpreendente. E 2020 seguiu prolífico – começando com YHLQMDLG, álbum dançante que presta homenagem ao perreo, e terminando com o futurista EL ÚLTIMO TOUR DEL MUNDO.

2021-2022: o verão eterno de Bad Bunny

Após a maratona de 2020, Bad Bunny foi mais econômico com seus materiais inéditos no ano seguinte. Ele compartilhou um punhado de singles que mantiveram os fãs animados e intrigados, do toque japonês em “Yonaguni” à poderosa bachata de “Volví”, com o grupo Aventura. Naquela altura, Bunny já tinha alcançado um status tão importante que colaborações com nomes como Jhayco, Eladio Carrión e Mora impulsionaram a carreiras desses artistas, tornando-os algumas das estrelas latinas mais proeminentes. Seu lado mais melancólico impactou sonoridades em diferentes cenas musicais latinas, como nos corridos tumbados de Natanael Cano (cuja faixa “Soy el Diablo” Bunny remixou em 2019) e nos sierreños tristes de Junior H e outros jovens artistas ascendentes da música mexicana.
O lançamento repentino de Un Verano Sin Ti, em maio de 2022, jogou os holofotes novamente sobre Bad Bunny, consolidando sua massiva base de fãs. Descrito pelo artista como uma espécie de playlist de verão, o projeto apresentou sua visão musical mais expansiva e evocativa até agora. Lá se foi o trap de rua do passado, suplantado por um estilo potente, único e que transcende gêneros, focado em ritmos como reggaeton, pop, indie e formatos tropicais.

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