Marisa Monte

A voz marcante, segura e cristalina de Marisa Monte foi ouvida pelo grande público, primeiramente, ao vivo. Em 1989, depois da bem-sucedida turnê Veludo Azul, a cantora carioca lançou o seu primeiro álbum em um formato, na época, incomum para uma estreia: um registro de show. Produzido por Nelson Motta (que também compôs o hit “Bem Que se Quis”), MM serve como um cartão de visita da artista, onde a versatilidade como intérprete e a variedade do repertório – rock, jazz, soul e MPB, entre outros – deixam claro que Marisa de Azevedo Monte (1967) já era, na estreia fonográfica, uma das maiores cantoras do país. Em Mais (1991), o álbum seguinte produzido por Arto Lindsay, a artista se lança como compositora com “Eu Sei (Na Mira)”, e em parcerias com Arnaldo Antunes (“Beija Eu”) e Nando Reis (“Ainda Lembro”, com Ed Motta). Ela segue em ascensão com Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1994), que traz o sucesso “Segue o Seco” e participações de Gilberto Gil e Laurie Anderson. Ainda nos anos 90, Marisa abre mais uma vertente artística: a de produtora musical. Álbuns como Omelete Man, do parceiro Carlinhos Brown, e Tudo Azul, da Velha Guarda da Portela, contam com sua produção. É com Brown que ela assina “Amor I Love You”, o maior sucesso de Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000), seu álbum mais vendido até então. Logo depois, Marisa se une ao poeta urbano (Antunes) e ao músico solar (Brown) e forma o supertrio Tribalistas, cujo bem-sucedido álbum homônimo de 2002 traz “Já Sei Namorar” e “Velha Infância”, sucessos que soam atuais até hoje. O arrojado lançamento duplo de Infinito ao Meu Redor e Universo Particular (2006) consolida uma trajetória de sofisticação e liberdade artística, marcada pelo samba e pela música popular de variadas vertentes.