O "rei do baião" Luiz Gonzaga define, em sua essência, não apenas a música de sua região de origem, o nordeste brasileiro, mas sua própria cultura popular. Com seu indefectível chapéu inspirado em Lampião, "Gonzagão" foi responsável pela criação de um gênero, deu ao mundo clássicos como “Asa Branca” e “Baião” e influenciou uma geração de músicos, entre eles Caetano Veloso e Gilberto Gil. • Nascido em uma fazenda na zona rural de Pernambuco em 1912 e filho de Januário José dos Santos, um reconhecido sanfoneiro local, Luiz Gonzaga aprendeu com seu pai, desde muito jovem, a afinação dos foles de oito baixos, passando a acompanhá-lo nos sambas do sertão do Araripe. • Gonzagão se mudou para o Rio de Janeiro no fim dos anos 30 com sua sanfona Honner branca. Ele tocava todos os estilos musicais da época e passou a se apresentar na noite e em programas de rádio, como o Calouros em Desfile, de Ary Barroso. O programa rendeu um contrato com a Rádio Nacional e a gravação de uma série de 78 rpms. • 1947 foi um marco na carreira de Luiz Gonzaga, ano em que o artista lançou “Asa Branca”, um dos maiores sucessos da música brasileira. A canção foi regravada por muita gente: Agnaldo Rayol, Geraldo Vandré, Dom Salvador, Walter Wanderley, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, Raul Seixas, Baden Powell, Lulu Santos e Tom Zé. • Em 1950, ele compôs e gravou, em parceria com Zé Dantas, os xotes “Vem Morena”, “Cintura Fina”, “A Volta da Asa Branca” e “Forró de Mané Vito”, alguns de seus grandes sucessos. O ano de 1958 marca o lançamento de seu primeiro álbum de 12 polegadas, Xamego. • Em 1964, Gonzagão gravou “A Triste Partida”, composta por Patativa do Assaré. De cadência triste e delicada, a música fez muito sucesso, tocando especialmente os nordestinos que vivam no Sul e no Sudeste do país. A faixa faz parte do álbum homônimo, daquele mesmo ano. • Em 1973, o artista lançou seu primeiro álbum pela EMI Odeon, Luiz Gonzaga, que apresenta os hits “O Fole Roncou” e “Só Xote”. Em 1979, ele gravou Eu E Meu Pai, um álbum em homenagem ao seu pai, morto no ano anterior. • Em 1980, Gonzagão se apresentou para o Papa João Paulo II em Fortaleza, que lhe agradeceu com um “Obrigado, cantador!”. O episódio foi tido pelo artista como um dos grandes momentos de sua carreira. Em 1981, ele gravou com Gonzaguinha o álbum duplo ao vivo A Vida do Viajante, se apresentando ao lado do filho por todo o Brasil. • O álbum Danado De Bom, de 1984, rendeu a Gonzagão dois discos de ouro e o Prêmio Shell daquele ano, e ainda marcou a gravação de uma faixa em homenagem a Jackson do Pandeiro no álbum Profana, de Gal Costa. • Em 1987, Luiz Gonzaga recebeu o primeiro disco de platina de sua carreira pelo álbum Forró de Cabo a Rabo. No ano seguinte, aos 76 anos, o artista faleceu, deixando um legado que influencia até hoje a música brasileira.