Filipe Ret

“Não sei se o som é Beatles ou tiro de AK”: o verso de Filipe Ret em “War” mostra como tudo se conecta na obra do rapper nascido no Rio de Janeiro. O pop e a violência urbana estão lado a lado, tal qual trap e funk, profano e sagrado, amor ou dor, letras sobre o mundo real e versos inspiradores. Não há cisões, morro e asfalto juntos conduzem Ret ao posto de um dos maiores nomes da sua geração. • Filho de uma professora, Filipe Cavaleiro de Macedo da Silva Faria (1985) estudou como bolsista enquanto descobria a realidade do morro Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro. Dali começou a aproximação com a escrita - ele, inclusive, é formado em comunicação social. • Na ladeira do Santo Amaro, ouvia clássicos cariocas, como “Rap das Armas”, mas também descobria a música de São Paulo, com Racionais MCs. O primeiro álbum de rap que ouviu foi a estreia de Gabriel o Pensador, lançado em 1993. • Escreveu as primeiras rimas com 10 anos. Aos 18, em 2003, iniciou a carreira como rapper nas batalhas de MCs ocorridas no bairro da Lapa, no centro da cidade. Naquele período, lançou singles enquanto mantinha um blog (Máximas Retianas) e se formou na faculdade. • O álbum de estreia, Numa Margem Distante (2009), ao lado de Mãolee, apresentou a habilidade de Ret em criar cenários e nuances. • Com a estratégia de aproximar a música das ruas com o mercado fonográfico, fundou o próprio selo Tudubom Records, na companhia de Daniel Shadow e Mãolee. Lançou Vivaz (2012) já pela nova gravadora. • Os álbuns seguintes, Revel (2015) e Audaz (2018), completam o que Ret considera ser uma trilogia responsável por apresentar suas três personalidades. • Ret se tornou um dos rappers capazes de aproximar o rap das rádios sem perder o contato com a periferia. Dono de narrativas escapistas e filosóficas, exercitou uma sonoridade intimista com trap no EP Imaterial (2021). • Lançado um mês depois do EP, Imaterial (Deluxe) (2021) traz três novas músicas e as participações de L7nnon (“Corte Americano”), Marcelo Falcão (“Não Desista Agora”) e Orochi, na repaginada “War (Remix)”.