Ana Vilela

Você pode encontrar mais de 10 versões de “Trem Bala”, o hit que transformou a paranaense Ana Vilela em um fenômeno da música brasileira aos 18 anos. Mas a verdade é que nenhum deles mantém fielmente a essência afável da gravação original, criada sem a intenção de ganhar o mundo – a princípio, pelo menos. De uma noite para outra, em 2017, o Brasil passou a cantarolar versos carregados de positividade e um quê de niilismo (“a vida é trem-bala e a gente é passageiro prestes a partir”).  “Trem Bala” circulou informalmente por aplicativos de mensagens de texto na versão demo de Vilela até chegar ao YouTube e nas plataformas digitais de música. O fã-clube da faixa cresceu rapidamente e incluía da modelo Gisele Bündchen ao cantor sertanejo Luan Santana. Quase instantaneamente, a música ganhou remixes eletrônicos, como as versões de Jetleg Music e de Vintage Culture com Jord, e releituras tradicionais, como uma parceria entre Vilela e Luan Santana e outra cantada pelo Padre Fábio de Melo. Na época, a artista compunha incentivada pela família havia 4 anos. E antes de completar duas décadas de vida, Ana Vilela já comemorava as vitórias no Prêmio Multishow (categoria de “artista revelação”), Troféu Imprensa como “melhor cantora” e colecionava indicações ao Grammy Latino (na categoria de “melhor canção em língua portuguesa”) e ao MTV Europe Music Awards (como “melhor artista do Brasil”).  O álbum de estreia, lançado em 2017, levou o nome da artista e apresentou outras músicas favoritas entre os fãs, como “Promete”, “Aindas” e uma versão delicada para “O Leãozinho”. Aos poucos, Vilela adicionou novas colorações à sua musicalidade: no EP Novo Sertanejo, revisitou clássicos do sertanejo, enquanto Contato celebrou a abertura para o pop e R&B, com colaborações com o grupo de rap 3030 (“Fala”) e Victor Kley (“Rolê”).  Lançado em 2023, Melhor que Ontem é um álbum para celebrar as fases de autoconhecimento e autocuidado vividas por Vilela. Depois que ela viu a fama chegar como um trem-bala, ela enfim se deu o tempo para absorver o que passou e curtir a jornada.