Nascida em Amambai, em 2003, e criada ali perto, em Sete Quedas, cidade do Mato Grosso do Sul que faz fronteira com o Paraguai, Ana Flávia Castela teve um início de carreira bastante improvisado: em uma de suas frequentes visitas à fazenda dos avós no país vizinho, a menina tímida, com experiência apenas no coral da igreja, gravou um vídeo montada em um cavalo, interpretando a música “Vaqueiro Apaixonado”, do cantor Loubet. O vídeo viralizou e mudou a vida da cantora e compositora da noite para o dia – literalmente. Composto por Gabriel Vittor e Jota Lennon, seu primeiro single, “Boiadeira”, de 2021, confirmou o talento de Castela e rendeu a ela o apelido homônimo. Filha mais velha da influenciadora e instrumentista Michele Castela, a cantora foi incentivada pelos pais a seguir a carreira musical e passou a gravar diversos singles pela Agroplay, produtora criada especialmente para as músicas da artista e que, mais tarde, abraçou outros nomes do gênero. No ano seguinte, Ana estourou de vez com o hit “Pipoco”. Gravado em parceria com a funkeira Melody e o Dj Chris No Beat, o single emplacou de norte a sul do país e a Boiadeira viu seu número de plays ir às alturas – são milhões de acessos apenas de “Pipoco” e sua mistura de sertanejo, pop, funk e música eletrônica. O estilo característico, com botas, fivelas e chapéu, faz parte de um movimento crescente no país, o agronejo, conhecido também como country funk, e a temática exalta a vida no campo e a cultura agropecuária. Na cola do hit vieram mais sucessos, como “Juliet E Chapelão”, também com Chris No Beat e Luan Pereira, “Bombonzinho”, parceria com Israel & Rodolffo, e “Roça Em Mim”, com Zé Felipe e Luan Pereira. Gravado ao vivo na tríplice fronteira para um público de mais de 70 mil pessoas, o projeto Boiadeira Internacional, de 2023, conta com participações de Simone Mendes, Alok, Matheus & Kauan e Hungria.