The Queen Is Dead

The Queen Is Dead

Morrissey já aspirava ser o Oscar Wilde da música pop, mas foi só no terceiro álbum do grupo The Smiths que ele se provou um candidato de peso para o título. A reação química única entre sua desolação perpétua e os acordes da guitarra de Johnny Marr é uma fórmula do indie rock bastante imitada, mas nunca duplicada – músicas sobre a infelicidade que também são bem-humoradas. The Queen Is Dead (1986) ainda ocupa o posto de álbum mais dramático – ou talvez melodramático – da banda, explorando as inquietações de Moz sobre todas as coisas, da fama (“Frankly, Mr. Shankly”) ao celibato (“Never Had No One Ever”) e ao seu arsenal ilimitado de autopiedade (“Bigmouth Strikes Again”, “The Boy with the Thorn In His Side”). Ele até proclama saber “como Joana d'Arc se sentiu”. Essa autoparódia funciona muito bem na incrivelmente romântica “There Is a Light That Never Goes Out”, em que Morrissey canta sua grande declaração de amor: “If a double-decker bus crashes into us/ To die by your side is such a heavenly way to die” [em tradução livre: “Se um ônibus de dois andares batesse na gente/ Morrer ao seu lado seria um jeito tão divino de morrer”]. Provavelmente, nunca houve uma banda tão abertamente confessional e tão voluntariamente sincera e irreverente.

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