Remédios

Remédios

Após o período de isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, a banda Supercombo voltou a se reunir para a produção de Remédios (2023), seu sexto álbum de estúdio. Pela primeira vez, o quarteto formado por André Dea (bateria), Carol Navarro (voz e baixo), Leo Ramos (voz, guitarra e violão) e Paulo Vaz (teclado e programações) optou por compor e gravar todo o projeto em formato ao vivo. “Colocamos a banda inteira no estúdio e saímos tocando. Fizemos uma etapa só de composição, depois teve a escolha de arranjos e refrãos. E só então voltamos para gravar, todos juntos e valendo. Foi catártico”, conta Ramos ao Apple Music. Produzido pela própria banda e mixado por Zeca Leme, que também foi responsável pela versão de Remédios em Áudio Espacial, o álbum ainda conta com as participações do gaúcho Vitor Kley e da curitibana Elana Dara. Com novas reflexões líricas e experimentos sonoros, a banda arejou seu processo criativo, o que também impactou o resultado. “Gravamos sete músicas com violão, algo que você não encontra em nenhum outro projeto nosso até então,” acrescenta Ramos. A seguir, os integrantes do Supercombo comentam as faixas de Remédios: Aos Poucos Leo Ramos: “Faz muito sentido ser a faixa que abre o álbum. É sobre a transição após o auge do período de isolamento social. Voltamos ‘aos poucos’ mesmo, entendendo o sentido das nossas músicas e o que envolve a nova identidade de um projeto como este. Pensávamos em como seria a recepção do público com o nosso retorno ao estúdio, a volta dos shows e tudo mais.” Carol Navarro: “E a gente escolheu ‘Aos Poucos’ para abrir por ser pesada. Não queríamos decepcionar os fãs, pois a nossa principal característica é esse peso. Então chegamos logo com uma porrada.” Remédios Paulo Vaz: “Rolou uma inversão de posições nesta música, a Carol tocou violão. E traz uma mensagem profunda sobre a nossa vontade de mudar as coisas. É sobre o desejo de querer transformar, mas entender que às vezes não é possível, por mais que a gente queira. E esta foi a música que a gente menos alterou na pós-produção. Ela ficou como tinha que ficar.” LR: “É uma metalinguagem, como se fosse o desabafo dos remédios em tentativas de ajudar as pessoas. Como diz a música: ‘A gente faz o que pode, nem sempre consegue’.” Tarde Demais CN: “Começamos a fazer o álbum já com vontade de trazer convidados. Quando ‘Tarde Demais’ ficou pronta, pensamos: ‘Esta música é a cara do Vitor Kley!’.” LR: “Mandei outras opções de músicas do álbum para Kley escolher em qual queria participar, e ele acabou optando por esta. Tem tudo a ver com ele.” Ímã LR: “É uma viagem muito louca. Vejo esta música como a história dos dois polos de um ímã conversando. São os dois lados que todo mundo tem. E, ao mesmo tempo, é um confronto, uma colisão. Tornou-se a minha música preferida do álbum.” Intervenção André Dea: “Foi uma das últimas faixas que a gente finalizou, pois teve muitas alterações no processo. E acabou ficando bem diferente das outras. É uma mistura de ‘Sexy Iemanjá’, do Pepeu Gomes, com algo meio Paramore e, ao mesmo tempo, tem a nossa cara. É engraçado ter referências brasileiras, porque, até chegar à letra, parece uma música gringa. Acabou ficando mais alegre e solar. É a minha preferida do álbum.” O Pneu e a Lombada CN: “É uma das que mais gosto, tem uma levada R&B. Eu sou muito fã da Norah Jones e pensei nisso na hora de interpretar.” AD: “Foi sendo moldada no estúdio e acabou virando meio metalcore.” PV: “Da ideia inicial para o resultado, mudou totalmente. Era mais agressiva, mais rápida. Acabamos tirando o número de notas e deixamos mais simples.” LR: “Optamos pelo ‘menos é mais’.” Fim Do Mundo AD: “A faixa sempre teve esta pegada um pouco mais pesada, desde o início. Originalmente, Leo [Ramos] cantava o refrão, mas no fim a Carol [Navarro] acabou assumindo o canto com uma interpretação bem ‘revoltada’.” LR: “É a mais caótica do álbum do ponto de vista de produção. São muitas coisas acontecendo. E isso tem a ver com o que a música quer passar.” A Baleia e o Lambari LR: “Imaginei a entrevista de emprego de um lambari querendo entrar para o incrível mundo do mercado fonográfico. E a baleia, que está lá há mais tempo, desencoraja o lambari. Tem a ver com a ideia de não dar passos maiores do que as pernas. E é algo que a gente ouviu muito ao longo da nossa história como banda. É melhor encontrar o seu nicho do que disputar espaço com quem é muito maior do que você. E é meio Red Hot Chili Peppers. Também é uma das minhas favoritas.” À Primeira Vista Todos: “É a Coldplay do álbum!” CN: “Meio [a banda islandesa] Of Monsters and Men.” LR: “É a faixa menos complexa deste projeto, tanto no arranjo quanto na letra. É feita para cantar junto. A gente queria ter diferentes estilos de músicas no álbum.” Estrela do Mar LR: “A ideia era fazer algo mais pop, ainda no intuito de ter sonoridades e propostas diferentes. Chamamos Elana Dara para compor conosco. Foi a primeira vez que a gente teve um ‘quinto elemento’ na composição. E a letra acabou ficando bem maluca.” CN: “A gente já teve participações de mulheres como a Emmily Barreto e a Negra Li no álbum Rogério (2016). Mas foi legal, pela primeira vez, dividir os vocais com outra mulher na Supercombo.”. Cassino LR: “Fala sobre vícios e coisas que você quer parar de fazer. É algo meio Onze Homens e Um Segredo [filme de 2001, dirigido por Steven Soderbergh]. Foi uma das primeiras que a gente fez os instrumentais e soou muito legal já na hora da gravação. E é uma das que eu mais gosto do álbum.” Esqueletos na Areia LR: “É como se fosse a cena de um corretor de imóveis que leva o cliente para procurar uma casa no deserto. E por lá há vários esqueletos que já passaram por isso e riem deles. Na verdade, os esqueletos estão com inveja da quantidade de cálcio que há no corpo deles. Na época acabei de ler Duna [livro de 1965, escrito por Frank Herbert], que tem essa atmosfera de deserto.”

Selecionar um país ou região

África, Oriente Médio e Índia

Ásia‑Pacífico

Europa

América Latina e Caribe

Estados Unidos e Canadá