A ideia por trás do título Petals for Armor, primeiro álbum solo da cantora Hayley Williams, vem de um conceito emocional. “Ficar vulnerável é um escudo”, diz a líder do Paramore ao Apple Music. “De que outra maneira você pode ser um humano que inevitavelmente vai fazer merda e pirar na frente do mundo um milhão de vezes?” No seu álbum, Williams mergulha em sentimentos profundos, consequência de um período de lutas pessoais intensas que surgiram durante as gravações de After Laughter, em 2017. Ouvir Petals for Armor é como acompanhá-la de perto em toda a jornada e passar por estágios de raiva (“Simmer”), perda (“Leave It Alone”), vergonha (“Dead Horse”), perdão (“Pure Love”) e tranquilidade (“Crystal Clear”). A música é igualmente poderosa: Hayley Williams inteligentemente coloca todo o foco na sua voz, presa em teias hipnotizantes de guitarras e teclados que lembram tanto Radiohead quanto Björk –– principalmente na meditação feminista “Roses / Lotus / Violet / Iris”. Quando liberta a garganta, ela alcança o devaneio moderno da funkeada “Watch Me While I Bloom”, mas, na maníaca “Over Yet”, a cantora elimina a distância entre Trent Reznor e Walt Disney. “Versos como do Nine Inch Nails no início da carreira e refrãos como de Pateta- O Filme”, descreve Williams. Apesar de produzido por Taylor York, seu colega de banda, e coescrito por Joey Howard, que acompanha o Paramore nas turnês, o álbum é uma reapresentação corajosa de uma artista que achávamos conhecer muito bem. “Foi um processo de cinco ou seis meses para arrancá-lo de dentro de mim”, diz ela sobre a criação da obra. “Parecia que martelava no aço.”