NEVER ENOUGH

NEVER ENOUGH

Daniel Caesar estreou em 2017 com Freudian, álbum que traduziu musicalmente sua análise sobre a vida adulta, o amor e a desilusão. Em CASE STUDY 01 (2019), seguiu sua experiência existencial para compreender o caos do mundo, contrastando ideias de vida, morte, solidão e fé. Para NEVER ENOUGH (2023), o cantor e compositor de Toronto exercitou sua arte de transformar assuntos densos e complexos em músicas românticas e filosóficas, temáticas que permeiam seu terceiro álbum. CASE STUDY 01 veio de um lugar de raiva. Na época o artista fez declarações controversas sobre raça, o que lhe trouxe algumas incertezas sobre o seu futuro. Já NEVER ENOUGH encontra a estrela do Apple Music Up Next [que impulsiona artistas emergentes] em uma nova etapa de reflexão. “Foi uma busca incessante para entender a minha existência. Quis me conhecer e, ao mesmo tempo, perceber o mundo à minha volta, porque quero respostas”, revela Caesar ao Apple Music. “Isso é o que importa. Uma luta entre a vontade de captar a vida e de me sentir amado.” Esse conflito interno é a tônica de NEVER ENOUGH, seja em divagações românticas, (como em “Valentina”, “Buyer's Remorse” e “Do You Like Me?”) seja nas dores que vêm junto com elas (como em “Let Me Go” e “Always”). Tudo surge a partir de um profundo olhar para dentro. Na faixa acústica “Toronto 2014”, Caesar relembra a sensação do início de sua carreira: “If only I could find a way through space-time / Back to when I was happy being me” [em português: “Se ao menos fosse possível voltar no tempo e no espaço / Voltar para quando eu era feliz sendo eu”]. Sua força de expressão artística e o desejo de se manter relevante são desafiados em “Pain Is Inevitable”: “Now I’m a product, that must a turn a profit / Something to prove I’m a god, I’m a prophet” [“Agora sou um produto, que precisa dar lucro / Algo que prove que eu sou um deus, que eu sou um profeta.”]. “Diariamente, lembro que sou exatamente quem eu quero ser, foi para isso que eu lutei e foi por isso que eu sofri,” desabafa. “Às vezes eu sinto que sou a vítima disso tudo, mas no fim das contas está sob meu controle e posso sair quando eu quiser.” Caesar também tem colaborações com artistas como Ty Dolla $ign, serpentwithfeet e Raphael Saadiq, que coproduziu “Do You Like Me?” A sensação de “never enough” [“não o suficiente”] é um desafio constante: um equilíbrio entre confiança e insegurança. Ele desafia seus questionamentos em “Cool”, balada soturna protagonizada pelo piano, mas logo se fortalece em “Superpowers”. O álbum encerra com a desafiadora “Unstoppable”, em que Caesar questiona seus críticos ao perguntar: “And who’s gon’ stop me? / I’m unstoppable” [“E quem vai me impedir? / Eu nunca paro”].

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