Não Me Espere Na Estação

Não Me Espere Na Estação

Lô Borges respira notas musicais. Ainda adolescente, foi um dos responsáveis pelo Clube da Esquina, projeto que marcou a música popular brasileira há mais de 50 anos. Em Não Me Espere Na Estação (2023), seu quinto álbum de inéditas em cinco anos consecutivos, Borges continua a privilegiar a arte da composição. “Eu adoro público, adoro fazer shows e todas essas coisas da vida de artista, mas a composição é onde tudo nasce. É a matéria-prima de todas as coisas”, diz o artista em entrevista ao Apple Music. Com letras do cantor e compositor mineiro César Maurício, o álbum foi inteiramente composto na guitarra. “O meu processo é muito rápido e ágil. Eu levo em média 40 minutos para fazer uma música”, revela Borges. “Se alguém me perguntar ‘Você quer tocar em Nova York ou prefere ficar em casa compondo música?’, eu vou responder: ‘Eu quero ficar em casa’.” A seguir, Borges comenta os detalhes de cada faixa de Não Me Espere Na Estação: Brilho do Entardecer “É uma composição fundamental para mim. Privilegio a guitarra, que é o instrumento básico de composição de todas as músicas que vêm depois. E isso me levou a escolher o César Maurício como letrista. Ele é um poeta e roqueiro maravilhoso! Tocou em bandas importantes dos anos 1980, como Virna Lisi e Radar Tantã, e já havia sido meu parceiro anteriormente.” Nos Braços do Pôr do Sol “É uma das mais melódicas, harmônicas e bonitas do álbum. Eu tenho gostado de fazer músicas mais ‘tortas’ e diferentes, mas esta é para o público cativo que acompanha a minha carreira desde o início dizer: ‘É do Lô Borges!’. E o César Maurício fez uma letra linda. Não canso de repetir que ele é um poeta brilhante. Por fim, tornou-se uma grande canção.” Constelação “Inspirei-me em uma sonoridade ritmada, meio ‘Billie Jean’, do Michael Jackson. Raramente eu faço música com refrão, mas decidi fazer e, com isso, trazer alguns momentos inesperados. E ficou a minha cara: é a minha identidade mostrada de uma outra maneira.” Lembrei Sem Lembrar “Gosto de trazer harmonias inusitadas, sou espectador da minha própria composição. Fiquei surpreso com a parte final desta música. Imaginava que ela fosse para um lado, mas acabou indo para outro. É mais uma das minhas músicas tortas. Tenho muito carinho por ela. Talvez seja a mais atípica do álbum.” Por Onde “Foi uma das primeiras que eu compus para o álbum. Peguei a guitarra e comecei a fazer uma pulsação sem nem imaginar a letra que viria depois. Ela tem um sotaque nas cordas que lembra um rock ou algo que eu não posso definir. É pujante e vigorosa. E a letra ficou perfeita nela.” Flutuar “Já é a parte menos roqueira do álbum. Traz uma harmonia elaborada. Ela ‘flutua’ mesmo, como o próprio título diz: é uma flutuação de harmonias. Eu realmente viajei na guitarra para compor esta sequência de acordes e de melodias. E o César Maurício entendeu totalmente o espírito dela, sem que eu precisasse explicar ou dizer uma palavra. Ele acertou na mosca!” Retina “Mais uma vez traz o protagonismo da guitarra. São harmonias arrojadas, feitas para você ouvir com atenção. E não é uma música fácil de tocar e reproduzir, precisa de muita percepção e cuidado. Ela começa tranquila, mas de repente surgem momentos incomuns. O álbum é todo assim. E ‘Retina’ é uma das que trazem essa estética bem acentuada.” Nona “Assim como ‘Nos Braços do Pôr do Sol’, ‘Nona’ é mais palatável. Tem um desenho de melodia muito bonito que se assemelha à minha vida pregressa de compositor. Lembra o início da minha carreira. Tem uma assinatura ‘loborgeana’.” Invente-Me Outra Vez “É meio rock, meio doida. Não tem uma harmonia sofisticada. É para quem gosta de tocar guitarra com simplicidade e quer pesquisar mais timbres e arranjos do que harmonias. Ficou mais elementar, mas também pujante. Prepara o final do álbum.” Setentones “Este é o tipo de instrumental que aparece em órbitas na minha cabeça. Surgiram na minha memória composições que eu iniciei nos anos 1970 e nunca tinha finalizado. Comecei pensando em guitarristas que ouvia na adolescência, como Jimi Hendrix, Jimmy Page e [a banda] Genesis. Então eu posso dizer que a primeira parte foi criada quando eu tinha 18 anos e a segunda parte apareceu nos meus 70. É a música mais maluca.”

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