MAYHEM

MAYHEM

“É isso que Lady Gaga representa para mim”, diz a própria Lady Gaga a Zane Lowe, do Apple Music, sobre a criação de MAYHEM (2025). “Para outras pessoas, posso ser quem usou um vestido de carne ou protagonizou outros momentos. Mas, para mim, o que realmente importa é ser lembrada como uma artista de verdade, alguém que se importa.” Com essa mentalidade, Gaga mergulhou no processo de criação do novo álbum – aquele que ela descreve como “meu favorito em muito tempo” – com a missão de torná-lo único. “ARTPOP era uma vibe. Joanne era uma sonoridade. Chromatica tinha um som. Todos eles eram diferentes. The Fame Monster era mais caótico. The Fame era pop teatral. E Born This Way, para mim, tinha uma vibe metal/electro de Nova York”, explica. “Com MAYHEM, fiz questão de não rotular minha música. Desta vez, quis me permitir ser influenciada por tudo ao meu redor.” E é exatamente isso que MAYHEM faz: passeia por todas as fases da carreira da Mother Monster, misturando influências – da cena disco do começo da carreira à fase cantora e compositora, até retornar ao pop dançante. As faixas de abertura, os singles “Disease” e “Abracadabra”, resgatam a Gaga das pistas de dança, para a alegria dos fãs. “Garden Of Eden” segue a linha do que ela chama de “homenagem aos anos 2000”. Com sintetizadores brilhantes, “LoveDrug” soa como uma versão mais reluzente e madura de “LoveGame”, de 2008. Gaga admite que a influência do electro-grunge também aparece, especialmente em “Perfect Celebrity”, “Vanish Into You” e “The Beast” – esta última, inclusive, traz ecos de Joanne, mas são “Blade Of Grass” e o dueto com Bruno Mars, “Die With A Smile”, que realmente mostram sua faceta folk-pop-rock. Este também é um álbum profundamente pessoal. “É uma série de sonhos góticos”, diz Gaga. “São imagens do passado que me assombram e, de alguma forma, continuam moldando quem eu sou hoje.” A seguir, ela nos guia por algumas das faixas de MAYHEM: Abracadabra “Por muito tempo, evitei fazer esse tipo de música, mesmo que isso sempre estivesse dentro de mim. Mas ‘Abracadabra’ representa muito meu som – algo que fui aperfeiçoando ao longo dos anos e quis revisitar. Eu sentia que estagnação seria a morte da minha arte. Sempre quis estar em constante aprendizado, não só para me reinventar, mas para aprender algo novo a cada álbum. Nem sempre foi isso que as pessoas esperavam de mim, mas era o que eu esperava de mim mesma. Se tem algo de que me orgulho é o quanto cresci de um álbum para o outro e o quanto isso sempre foi autêntico. O mais importante para mim sempre foi ser uma estudante da música, acima de tudo.” Perfect Celebrity “Essa música carrega muita raiva: ‘I’ve become a notorious being/ Find my clone, she’s asleep on the ceiling’ [‘Me tornei um ser notório/ Encontre meu clone, ela está dormindo no sótão’, em tradução livre]. É quase cômico pensar nessa sensação de que, toda vez que estou em algum lugar com alguém, há eu – Stefani – e Lady Gaga dormindo no sótão e preciso decidir em qual corpo estar. É intenso, mas esta faixa era essencial para MAYHEM, porque não faria sentido deixar essa raiva de fora. Se eu fizesse isso, pareceria que eu queria ser uma ‘boa menina’, algo que simplesmente não sou. Parte do meu caos pessoal é essa mistura de alegria e celebração, mas também de momentos de raiva, tristeza, euforia extrema e insegurança total.” Shadow Of A Man “Esta música é um reflexo da minha carreira, da experiência de, muitas vezes, ser a única mulher na sala. Sempre senti que estava à sombra de um homem, rodeada por eles. Mas aprendi a dançar nessa sombra.” The Beast “Nesta música, a personagem canta para seu amante, que é um lobisomem. Mas, para mim, também fala sobre meu relacionamento com [meu noivo] Michael [Polansky]. E, ao mesmo tempo, sobre mim e sobre ser Lady Gaga. ‘The Beast’ trata dessa dualidade: quem eu me torno no palco e quem sou ao criar minha arte. Antes do refrão, canto: ‘You can’t hide who you are. 11:59, your heart’s racing, you’re growling, and we both know why’ [‘Você não pode esconder quem você é. 11h59, seu coração acelera, você está rosnando e nós dois sabemos por quê’]. É como se alguém dissesse para o monstro: ‘Eu sei quem você é, mas eu consigo lidar com isso e amo você mesmo assim’.” Blade Of Grass “Michael me perguntou como eu gostaria que ele me pedisse em casamento. Estávamos no quintal e eu respondi: ‘Só pega uma folha de grama e enrola no meu dedo’. Foi daí que veio ‘Blade Of Grass’. Lembrei do rosto dele, do gramado e pensei que ele deveria usar aquela grama bem alta que cresce no centro do jardim. Houve um tempo em que eu era fascinada pela fama, pelo artifício, por ser a maestra da minha própria narrativa. Ao longo dos anos, minha vida mudou tanto que precisei lutar mais para fazer música e buscar inspiração nas coisas simples ao meu redor.”

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