Kudra - EP

Kudra - EP

Tiê não parou de criar mesmo durante a pandemia do coronavírus. Em casa, com a família, entre aulas ao vivo e momentos de descontração com as filhas, a cantora criou Kudra, o seu quinto álbum de estúdio, produzido inteiramente durante o período de isolamento social. “Kudra é nome de uma das faixas, e eu gosto porque tem uma sonoridade misteriosa. Quando fui procurar o significado, vi que significa amor, coragem, e a palavra existe em diferentes línguas. Além disso, é o nome de uma família e de uma cidade na Índia”, explica Tiê ao Apple Music. A faixa-título conta com a presença de Amora, a filha caçula da cantora, o que ajudou na escolha do nome do álbum, além dos seus diversos significados. Segundo a artista, fazer um álbum durante o período da pandemia foi uma experiência única, que fez mudar a sua percepção do momento. “Foi realmente muito novo para todos nós fazer este álbum no meio de tudo isso: além do desafio, foi bem interessante ver que, apesar da pandemia, existiu a criatividade”, diz. “Estamos agora mais presentes no momento. Eu estou tentando me preocupar com menos coisas, já que o mundo está tão doído, com tantas atrocidades acontecendo. A gente precisa de menos coisas, essa é a diferença de lançar um álbum agora”, revela a cantora que recebeu apenas uma pessoa de fora da sua casa para as gravações em seu estúdio: Filipe Catto, seu amigo de longa data. Uma novidade de Kudra é o trabalho de voz presente nas faixas. “Usamos um microfone novo, que repete sons de microfones variados. Então, o que eu explorei neste álbum foram tipos de vozes diferentes”, explica. Com tantos anos de carreira, Tiê vê o novo álbum, mesmo que curto – apenas seis faixas –, como uma maneira de expor seus sentimentos e sua autenticidade. “Eu consigo fazer músicas autorias, consigo emocionar as pessoas, e é por isso que eu canto. O que me faz cantar é saber que eu salvei a vida de alguém de uma depressão, de uma tristeza, então esse é o meu foco. Tem gente que faz músicas políticas, mas tem quem faça músicas de amor para sensibilizar o outro. Eu procuro trabalhar sendo sincera com o meu sentimento e fico feliz de conseguir continuar.” A seguir, Tiê dá mais detalhes sobre cada uma das faixas de Kudra. “Crepúsculo” “Eu escolhi esta para abrir porque começa com um violoncelo, é um pouco misteriosa, acho que combina com o nome do álbum. E é uma música que eu canto bem falado, eu realmente gravei de um jeito como se eu estivesse quase não articulando, achei que combinava começar o álbum assim. É uma parceria minha com o Fábio Juliano.” “E nasce uma mãe” “Esta é uma faixa que eu já estava namorando há um tempo. Eu nunca ficava satisfeita com a letra, e, na pandemia, ela veio. É uma música feita para este momento, para você ser mãe de alguém, de alguma coisa. Não precisa nem ser de um filho. Essa troca que vem na maternidade, mas vem também quando você adota alguma coisa. É algo tão presente na quarentena. ‘E Nasce Uma Mãe’ é uma música sobre essa sensação de cuidar de uma coisa que cuida de você. Pode ser um cachorro, pode ser uma planta; a sensação é a mesma. É sobre cuidar e ser cuidada.” “Lado bom” “É uma música que já vai para um outro lugar, porque o álbum tem um violão que permeia todas as faixas, mas ela tem um lado mais eletrônico, tem esta coisa de: ‘a situação não está boa, mas vamos ver o lado bom também, porque não está tão ruim’. É entender o lado bom, porque se focar no lado ruim, tudo só piora. E é uma opção nossa, a gente tem o nosso livre arbítrio.” “E daí?” “Esta tem o meu parceiro de vida, meu grande amigo, que canta divinamente, Filipe Catto. A gente fez esta música juntos. Ele gravou lindamente, foi a única pessoa extra que entrou em casa, e foi estranho gravar sem nos abraçarmos, ele no estúdio, todo higienizado. Foi tudo bem diferente, mas ele arrasou e a presença dele me faz muito feliz. É uma faixa para dizer: ‘E daí? Você quer encerrar tudo? Beleza’. Eu acho que este é um álbum de menos firula na vida. É uma letra despretensiosa, que diz que precisamos seguir, sem muitos empecilhos, no nosso caminhar.” “Estranhos” “Esta é sobre uma separação que você enxerga os dois lados. Você vê que, às vezes, acha que está tudo bem, que encontrou a pessoa, mas percebe que tem um clima estranho, daí você acha que recuperou, mas na verdade nem tanto. Então, esta faixa fala sobre essas dúvidas da vida que fazem parte, mas o que mais importa é: ‘eu te quero bem’. Quando a gente gosta de alguém, independente da fase, é o que a gente quer.” “Kudra” “É a única faixa em inglês, é uma música mais aérea, mais mística, mais lúdica, e eu me imagino cantando em cima de um morro, cheio de lobos. E a Amora entrou e gravou comigo, foi supernatural. Foi muito bem-vindo porque todas as vezes que eu ouço a voz dela, choro que não me aguento. Então ela amarrou o álbum.”

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