Para planejar seu sexto álbum, It’s The End Of The World But It’s A Beautiful Day (2023), o Thirty Seconds to Mars – dupla formada pelos irmãos Jared e Shannon Leto – decidiu repensar o significado da banda, o que resultou em uma versão musical do jogo “verdade ou consequência”. Um enviava uma ideia para o outro, tornando a dinâmica cada vez mais ousada à medida em que a troca continuava. Funcionou como um desafio entre os dois para redefinir o Thirty Seconds to Mars com a audácia necessária. O resultado são 11 músicas que apresentam a verdadeira intensidade de suas composições, marca registrada da banda, em faixas rápidas e afiadas. A música mais extensa tem menos de 3:30 – sem perder a emoção. “Fazer um álbum como este foi uma atitude corajosa para nós”, conta Jared Leto a Zane Lowe, do Apple Music. “Eu poderia ter voltado com um rock progressivo de 12 minutos ou até mesmo com algo totalmente esotérico.” O Thirty Seconds to Mars sabe aproveitar os respiros entre uma música e outra. Exploram diferentes temáticas enquanto evocam emoções viscerais de quem lota arenas há mais de duas décadas. “Life Is Beautiful” é introduzida por um hino sombrio, depois se transforma em um rock do século XXI. O refrão é persistente e motivador, com frases como “rise up again” [em português, “levante-se novamente”]. Já “Get Up Kid” é uma balada impactante, um pouco emo, um pouco rap. Em versos como “heart ain't home” [“o coração não é lar”], Leto convence o ouvinte a seguir a vida apesar das decepções. A música de lamento “Lost These Days” começa acústica e aos poucos é tomada por elementos eletrônicos, até que, nos segundos finais, é invadida por uma batida vigorosa e dançante, como se fosse arrancada de sua penumbra. “Funcionou como um recomeço”, conta Leto. “Para continuar uma trajetória artística é importante estar disposto a apagar um pouco de si e deixar o passado para trás. É preciso seguir em frente.”