Infinito 2021, Vol.1

Infinito 2021, Vol.1

Thiaguinho é uma das vozes mais importantes do pagode e, com nove anos de carreira solo, chega ao seu 11º álbum, Infinito Vol.1, com 19 faixas e a promessa de ainda mais músicas, com a continuação do projeto, o Vol. 2, a ser lançado no segundo semestre de 2021. “Foi uma missão bem interessante poder dividir em dois volumes, porque tudo começa na escolha do repertório”, explica o cantor em conversa com o Apple Music. “A intenção era gravar além das músicas inéditas – porque eu gosto muito de escrever, gosto de fazer canções novas todo ano –, mas também mostrar ao público como funciona um show meu na estrada.” Para ele, muita coisa aconteceu durante todos os anos em que esteve na ativa, e assim viu a necessidade de cantar as faixas marcantes em sua carreira solo, no Exaltasamba e em outros grupos. “São músicas pelas quais tenho um carinho muito grande”, revela Thiaguinho ao explicar ter começado com 60 músicas no repertório, mas se viu obrigado a cortar muitas, até chegar às 38 faixas presentes nos dois álbuns do projeto Infinito. “Elas conseguem resumir bem o que aconteceu nos últimos anos da minha vida.” É claro que, com tantos anos de estrada, muita coisa mudou, mas a essência do artista segue a mesma: “O que continua igual é a vontade de levar a música para as pessoas e a vontade de sempre me aperfeiçoar”. No entanto, segundo o músico, há muita responsabilidade também, pois agora ele é uma referência para os iniciantes. “Isso vai te dando mais maturidade e preocupação em passar uma mensagem legal para quem está começando agora e quem tem vontade de começar a fazer a mesma coisa que eu faço.” A produção do projeto aconteceu durante a pandemia do coronavírus, mudando a maneira com a qual o músico estava acostumado. A gravação foi feita à distância, cada músico em sua casa, algo nada usual para o cantor. “É diferente também emocionalmente falando, porque a gente lança um trabalho e não consegue ver a reação do público por meio dos shows, que é a melhor resposta”. Além disso, o lançamento de Infinito Vol.1 é bastante triste, pois é o primeiro sem Antenor Marques, músico que tocou com Thiaguinho por 18 anos e morreu em janeiro de 2021. “Foi bem difícil para a gente assimilar isto tudo. Ele era um integrante que fazia parte da banda há anos e ficamos bem triste, mas acaba sendo uma homenagem para ele também. Por isso é um lançamento bem importante.” Quanto ao título, o músico quis resumir “todas as vertentes e passagens” dos últimos anos. “As pessoas perguntam quais são meus planos, meus sonhos. Eu quero que isso seja infinito. Até porque o amor que eu sinto pela música é infinito. Então é um nome que teve tudo a ver”. Assim, em um ciclo “infinito” de busca por novidades e por seus sonhos, Thiaguinho lança o primeiro volume de seu novo projeto. Abaixo, ele nos leva a conhecer mais detalhes de cada uma das suas faixas. Era uma Vez “Esta é a primeira música lançada deste álbum. É uma canção que eu comecei a fazer junto com o GAAB, que é o filho do Rodriguinho, um grande amigo meu. É muito interessante e legal fazer música com o filho de um amigo que eu tinha como referência, que eu vi crescer e me ajudou a fazer a música. Depois teve a colaboração do Dudu Borges também. É uma música que mescla jazz com samba, que é algo que eu gosto muito de ouvir e nunca imaginei que eu pudesse juntar em uma música só. Ficou bem interessante, tem uma letra interessante. Ela narra a história de um casal que se conhece em um barzinho, onde ele tenta tomar coragem de chegar nela. É uma música bem legal, e foi acertada a escolha dela para puxar o álbum. Ela fala de amor, mas é uma música alegre, algo que eu gosto bastante de fazer no meu trabalho.” Desencana “Esta foi uma faixa que eu gravei no meu primeiro álbum solo, que foi um grande sucesso na época, e ela faz parte daquela leva de músicas que foram gravadas há nove anos. A intenção de colocar ela no álbum é mostrar para as pessoas essas músicas que foram gravadas há um tempo, mas que fazem parte da minha vida e da vida de quem acompanha meu trabalho. É uma das músicas mais fortes do show, ela tem uma energia incrível e tem um som bom de bateria muito legal e mostra bem a vibe da banda e como ela participa do show.” Energia Surreal “É uma música que eu gravei em 2017, já fazem quatro anos. Desde que ela entrou no show tem uma força muito grande, uma música que foi responsável por um período muito legal, que foi o Só Vem!, ela foi a primeira a tocar do álbum, fez um grande sucesso e até hoje é uma música muito cantada nos shows. O povo canta de braços abertos. Ela não pôde ficar de fora.” Sou o Cara Pra Você “Ela também fez parte do meu primeiro álbum solo. É uma música minha e do Gabriel Barriga, que é um dos meus melhores amigos. A gente faz música desde adolescente, e essa foi uma das primeiras que escolhi para minha carreira solo, a selecionei para passar para as pessoas o que eu tinha para mostrar de som. É uma música bem importante nesse sentido.” Difícil É Chegar em Casa “Esta é uma música que eu fiz com o Dudu Borges e com o Gabriel Barriga. Uma música linda que tem uma história maravilhosa, que tem um arranjo que o Prateado [diretor musical do álbum] fez no início que dá vontade de ouvir infinitamente. Tem um sentimento muito forte. É uma das músicas mais fortes que eu fiz na minha vida. Tem tudo para marcar muita gente. Ela fala de saudade, que tem muito a ver com o cotidiano das pessoas.” Pretexto “É uma música que eu fiz com o Mr. Dan, que é irmão do Rodriguinho e um dos meus principais parceiros hoje em dia. Ao longo dos últimos anos, temos várias músicas juntos. Ela é uma regravação de uma música do Imaginasamba e faz parte das músicas que eu compus e que foram gravadas por outros artistas, mas eu queria mostrar para a galera como é na minha voz. Ela tem um refrão bem característico das músicas que faço com o Dan e com o Rodriguinho, principalmente.” Dividido “É uma música que fez parte de Outro Dia, Outra História, que é um álbum que eu lancei em 2014, e tinha tudo para ser uma música de rádio, porque ela é muito forte nos shows, mas não deu tempo de trabalhá-la. O fã-clube gosta muito dela. Eu a trouxe para dentro desse trabalho com a intenção de dar mais uma chance para ela.” Voz do Pericão “Musicalmente, eu sou muito fã do Péricles e acho a voz dele uma das coisas mais lindas. Penso que, se você falar isso para uma pessoa que gosta de música, vai entender a seriedade desta frase: ‘A gente combina tanto quanto uma música romântica e a voz do Péricles’, que, para mim, é um dos maiores cantores que já ouvi na vida.” Preciso Desabafar “É uma música que eu cantei com o Péricles, no Exaltasamba, e foi um grande sucesso. Eu a trouxe novamente para esta geração de agora. A gente fez em 2007, e chamei o Pericão para cantar comigo neste álbum tão importante. Tinha que ter o Péricles porque ele fez parte de todos os momentos importantes da minha vida e isso é um álbum muito importante e, mais uma vez, eu tive a felicidade de dividir o palco com ele — que divide comigo a minha história na música.” Sem Você a Vida É Tão Sem Graça “Por esta música eu tenho um carinho muito especial. Esta é uma que mexe comigo. Na época, quem produziu esse álbum foi o Rodriguinho. Eu sempre tive vontade de colocar o violão de aço, porque é um som pelo qual sou apaixonado. E a gente conseguiu encontrar uma música em que o violão de aço ficasse legal, e me arrisquei a tocar. É a primeira vez que eu gravo com violão de aço em um álbum e é uma faixa que eu gosto de ouvir como músico também.” Até o Sol Quis Ver “Foi uma música que eu compus na época do Exaltasamba, em 2008, faz parte do álbum Ao Vivo na Ilha da Magia, que é um dos álbuns de maior sucesso na minha vida. É uma música que foi gravada na voz do Péricles. Eu tenho várias canções que eu considero maravilhosas na voz dele, porque ele é um dos principais intérpretes das minhas composições, quis trazer algumas em forma de agradecimento. Tantas coisas lindas que ele fez através das minhas músicas, e esta é uma das mais lindas que eu já fiz. Fiz com o Claudinho Bonfim, e tem uma frase da qual eu sou muito orgulhoso, toda vez que alguém me pede para falar uma frase de amor de uma música minha, eu falo esta: ‘Até o sol quis ver de onde vem tanta luz’. Eu sou muito orgulhoso dessa música, e trazê-la para este álbum vai me dar a alegria de poder cantá-la no show, coisa que eu nunca fiz.” Tô Indo Embora Também “É uma música que tem um quê sertanejo, e eu sou fruto da música sertaneja também. Eu sou de Presidente Prudente, interior de São Paulo. A música sertaneja faz parte da minha vida, da minha história. Eu aprendi a tocar violão tocando sertanejo. E quando eu canto sertanejo, eu canto com muita verdade. Eu tive a felicidade de contar com uma dupla de quem eu sou muito fã e admiro bastante, que é Bruno e Marrone. Eu escuto direto e já tive a surpresa deles cantarem num aniversário meu. Também já tive a felicidade de cantar com eles em alguns shows deles, e eles sabem o quanto eu admiro a dupla. Fazia tempo que tinha vontade de cantar com eles, é uma música que casou direitinho e ela promete muito neste álbum.” Pot-Pourri: Calma Amor / Um Minuto “São duas músicas da época do Exaltasamba e as duas têm uma linguagem que sempre procurei no meu trabalho: misturar o que eu gosto de ouvir fora do samba, com o samba. Elas têm muito disso. Foi a primeira música que eu fiz com o Mr. Dan. É uma música minha, do Mr. Dan e do Rodriguinho. ‘Um Minuto’ é uma música do Oscar Tintel, que na época fazia parte do Br’oz, que era uma banda pop com uma linguagem muito legal. A gente faz um show com coreografia, com energia e com voz e elas mostram muito essa interação.” Que Saudade “Eu tenho um carinho muito grande por ela, foi uma música que foi gravada no Exaltasamba em 2005. É uma das poucas músicas que eu tenho sozinho gravadas, como composição. Ela foi gravada na voz do Péricles também. Quando o Prateado entrou na banda, a primeira coisa que ele falou foi: ‘A gente tinha que regravar ‘Que Saudade’ porque é a melhor música que você fez na sua vida’. Ele é apaixonado por ela. E tem outra curiosidade sobre esta música: quem colocou o banjo nela foi o Arlindo Cruz. Ele gravou e, quando terminou, perguntou ‘De quem é esse som?’, e aí o Prateado disse ‘É do Thiaguinho’, e ele falou ‘Poxa, eu nunca pensei em usar esta expressão ‘que Saudade’. Aquilo mexeu muito comigo, eu sou muito fã do Arlindo e considero um dos maiores compositores de todos os tempos. Receber um elogio do Arlindo Cruz, quando eu tinha acabado de entrar no grupo, foi muito importante para mim. Então, é uma música que junta muita coisa. Eu me afirmando como compositor, recebendo elogio do Prateado e do Arlindo, que são autoridades do samba, e cantando com o Alexandre Pires, que é um grande artista.” Viver Sem Ti “É outra música que eu fiz sozinho e gravei com o Exaltasamba em 2010, junto com a Mariana Rios. Esta música foi uma das mais tocadas do Brasil na época e é até hoje uma das mais pedidas nos shows. Depois que eu comecei a carreira solo, eu parei de tocá-la. Faz muito tempo que não a toco em show. Aí veio a ideia de regravar esta música e eu chamei a Mariana, de lá para cá a nossa amizade cresceu muito. A gente se conheceu a partir desta música e hoje em dia somos amigos por meio dela. Então, ela serve, obviamente, para o show, mas para celebrar nossa amizade também. Ela é interessante de ouvir, porque de lá para cá nós crescemos muito vocalmente e ficou uma interpretação bem diferente da primeira, de timbre, com vozes mais adultas. Isso é muito interessante de observar.” Nosso Acordo “Foi a última música a entrar neste álbum. Este projeto foi um processo muito intenso que envolveu a gravadora, repertório, amigos, a banda e eu. E esta música tinha ficado de fora, aí, na última semana, eu pensei bem e falei que não dava para ela ficar de fora, e eu pretendo que ela surpreenda ainda mais.” Céu e Fé “Eu a compus junto com o Bruno Cardoso, que é o vocalista do Sorriso Maroto. Ela também foi um grande sucesso na época, em 2008. Bruno foi um dos primeiros cantores que eu conheci quando saí do [programa] Fama e fui morar no Rio de Janeiro. Ao longo dessa história temos várias músicas compostas, e ele já gravou algumas músicas minhas no Sorriso Maroto, mas a gente nunca tinha gravado juntos. Quando eu comecei a cantar, o Sorriso Maroto estava no início da carreira, então temos muitas histórias juntos. Tanto eu quanto o Bruno somos artistas que atingem o mesmo público, a mesma faixa etária, tem pessoas que cresceram nos ouvindo.” Pot-Pourri: Abandonado / Aceita Paixão “Acho que eu nunca falei isso: ‘Abandonado’ é uma música que eu fiz com o Pezinho, e a gente fez com a intenção de mandar para o Sorriso Maroto, mas ela acabou não entrando. É uma música muito especial e de que eu gosto muito. Já ‘Aceita Paixão’ é uma música que eu fiz com o Gabriel Barriga. Ela tem uma letra muito legal, é uma das que eu mais me orgulho de ter feito, mas não tinha gravado ainda na minha voz.” Pot-Pourri: Amizade É Tudo / Canção da América “Esta é uma das faixas mais emocionantes do álbum porque ‘Amizade É Tudo’ é uma música que sempre emociona as pessoas, e eu fiz com o Rodriguinho e tem várias histórias bonitas que chegam a mim. As pessoas a utilizam de uma forma muito bonita para celebrar a amizade, o amor, porque amizade é um amor. Já escutei muitas histórias lindas, de reconciliação, afinal ela diz o que as pessoas não têm coragem de falar. No show é um momento muito bonito, eu peço para as pessoas se abraçarem, olharem para o amigo que está ao lado e falar que o ama, não perder esse tempo. As pessoas têm dificuldade de dizer que amam o amigo. Ao longo dos anos ela vem sendo uma música muito bonita no show, ela sempre fecha as apresentações, e fica um clima de celebração e de amizade. Ela vem junto com ‘Canção da América’, que é a música mais interessante do projeto, porque na semana da gravação do álbum me veio esta ideia. Um amigo meu, que é o Marco Aurélio Souza, me mandou esta música. Eu ouvi a faixa e pensei em juntá-las, porque são duas letras que falam de amizade. Portanto, falam do mesmo sentimento, mas cada uma de um jeito. Quando eu a trouxe para o trabalho, ele estava quase fechado, e perguntaram se eu não tinha medo de juntar as duas, porque uma fala de amizade e outra fala de alguém que se foi, que está distante e que a pessoa quer encontrar. Foi Deus quem tocou meu coração para escolher esta música, e a gravamos. Esta foi a última gravação que fizemos com o Antenor, que é um dos músicos mais importantes do samba e que sempre serviu como uma referência não só como músico para mim, mas para a minha vida, eu o conheci quando tinha 19 anos. Aí, no mês seguinte, a gente perde o Seu Antenor da banda e parecia que eu estava cantando aquela música para ele. Eu vi o vídeo desta música esta semana, e ela encerra um ciclo na minha vida, que é de poder tocar com um cara que eu admiro tanto e vou ter para sempre muito respeito e um amor muito grande. É um cara que em todos os shows eu falava que amava. E a lição da primeira música que é sempre celebrar a amizade, eu venho dizendo, parecia que estava falando antes de saber o que ia acontecer. É uma música que eu dedico a ele e a cantei na época sem saber que eu estava dedicando-a para ele.”

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