A imaginação da cantora, compositora e multi-instrumentista GIULIA BE é um universo infinito. Seja na existência de vida extraterrestre, na fantasia de Alice no País das Maravilhas ou no multiverso distópico de Matrix, a artista desnuda sentimentos comuns à sua geração. No álbum DISCO VOADOR, sua jornada sonora se inicia com o que ela chama de Lado A-Lien, que traz uma atmosfera pop e energética, enquanto o Lado Be é mais melódico e terreno. “Este não é um álbum, é uma viagem. Eu quero levar as pessoas para passear por todos os sentimentos. Quero que elas comecem acreditando no amor e terminem acreditando mais ainda”, diz ela ao Apple Music. As primeiras composições surgiram ainda no período de isolamento por causa da pandemia de Covid-19, com a ajuda do irmão, Danyel Marinho, e do produtor Paul Ralphes. A seguir, a artista carioca conta ao Apple Music como o amor, o tempo e os alienígenas interferiram em cada uma das faixas de DISCO VOADOR: BRASIL TÁ EM FESTA! “[Esta música] Tem a levada energética de uma festa, com muitas referências da disco music. Ela abre o álbum com o impacto das cordas do violino. Traz o agogô lá em cima e uma linha de baixo interessante. Eu gosto de mostrar esta faixa para as pessoas e ver o sorriso delas quando a escutam. Elas levantam a sobrancelha quando entra [a frase] ‘finalmente achei um homem que presta’. É um sentimento tão maravilhoso! Eu joguei isto no universo e acabei atraindo para mim também. E tem uma frase que eu deixei ali como uma esperança, que é: ‘Ouvi dizer que é uma espécie em extinção / Mas não desiste, não’.” FBI “É o segundo momento. Depois que a gente achou o homem que presta, ele nos ilude. Sou eu tentando encontrar uma maneira de rir do meu sofrimento. Sempre adorei o termo ‘FBI da internet’, então eu quis brincar com essa história. Esta música foi importante para eu me posicionar como uma mulher que não aceita desaforo. É cheia de frases que combatem o ‘gaslighting’ [manipulação]. ‘Mas até que ela é gata / Parece comigo / Acho que nós duas já pegamos seu amigo.’ Eu adoro isso, vai contra essa ideia de rivalidade feminina. Taz um suingue, uma coisa meio Michael Jackson, meio Stevie Wonder. Gosto dos timbres.” A GNT N TA JNT “Comecei a produzir a partir da ideia de uma linha de guitarra que estava na minha cabeça. Eu fechava os olhos e ouvia aquela sonoridade que levava para algum lugar de dor, de algo não resolvido. É sobre aquelas pessoas que claramente ainda estão apaixonadas, mas, por causa de orgulho, ficam distantes. Ela tem texturas espaciais que me agradam muito. Não tem como você não mexer o quadril.” LOKKO “‘O Louco’ é o nome da primeira carta do Arcano Maior do tarô. Foi uma maneira de conectar este álbum com o universo. Há muitos sintetizadores futuristas nela para fazer todo mundo pular. Expressa aquele sentimento de vaivém amoroso, caótico. A minha parte preferida da letra é: ‘Ser meu ex é a melhor coisa em você’. É para incentivar as meninas a não terem medo dos próprios sentimentos. PLANETA MARTE “É como se houvesse uma interferência alienígena aqui. Eu sempre tive fascinação por extraterrestres. Com todas as dificuldades sociais e políticas que a gente vê acontecer, dá vontade de sair deste planeta e morar nas estrelas. Eu acredito que a nossa alma veio de lá. É como se fosse um chamado meu, convocando os ETs para me tirarem daqui, desta rivalidade e polarização. É uma utopia.” aviso de amigo: “Aqui é a virada para o lado B. Eu fiz esta música para um menino cantar, mas no fim achei que ganhou força na minha voz. É como um aviso, por isso coloquei dois pontos no título. Traz violão e voz com alguns adendos de percussão. É bem solar, divertida. A temática dela conversa um pouco com ‘menina solta’ [do álbum solta, de 2020], fala de uma garota rebelde. Pode ser eu ou podem ser as garotas que me ouvem. E eu trouxe uma levada que eu não sei se chega a ser um rap, mas é um palavreado que eu adoro.” desficava “É mais uma de voz e violão, crua. Fala sobre o arrependimento de ter ficado com alguém e você querer ter uma máquina do tempo para voltar atrás. Mas será que quer mesmo? É sobre não se arrepender do que a gente faz na vida, pensar de uma maneira leve e entender que tudo é válido e leva você para outras coisas. É aprendizado.” tempo “Esta é a minha preferida do álbum e talvez da minha vida como compositora. Traz o piano, que é o meu instrumento do coração. Cresci tocando piano e também escrevi esta composição nele – com certeza é a faixa mais vulnerável do álbum. É a sinceridade completa. Não tem ego. É o meu coração em uma música.” pessoa certa hora errada “Eu brinco que é exatamente o que você precisa ouvir depois de escutar ‘tempo’. É sobre aceitação e entendimento, cura. Porque a gente eventualmente encontra a pessoa certa na hora certa, mas isso não invalida alguém que foi importante no seu passado. Eu tento trazê-la um pouquinho mais para cima na percussão.” show “Busquei uma sonoridade R&B anos 80 e 90 e esta música acabou virando uma mistura de Só Pra Contrariar com Boyz II Men. Eu quis brincar com a desilusão amorosa. É o hino do injustiçado. É sobre aquela pessoa que parece maravilhosa, mas na verdade é tudo ilusão. A minha parte preferida é quando aparece a fala da minha mãe: ‘Não seja assim tão ingênua / Que o amor de verdade não é cinema / Não te põe algemas, não deixa pequeno o seu coração’.” pSi Lo saBE “Eu escrevi esta música em um BPM de música de guerreiro brasileira. Queria que ela batesse no coração das pessoas. É uma viagem psicodélica de Alice no País das Maravilhas – eu falo sobre o Coelho Branco nela. Eu não queria necessariamente me aventurar em um reggaeton sem encontrar a minha identidade, o meu jeito de fazer. E ela acabou ficando maluca, multiverso, colorida e animada. Foi a última a entrar no álbum, mas fiquei muito feliz que entrou.” 2 PALABRAS “Surgiu a partir de um diálogo da série Gossip Girl. Traz meu lado mais vulnerável, falando de assuntos mais tangíveis, palpáveis, do coração. Eu escrevi ‘2 PALABRAS’ para uma pessoa que foi importante na minha vida. Mas depois disso eu conheci o amor da minha vida, e aí gente volta lá para a primeira música, ‘BRASIL TÁ EM FESTA!’”. matching tattoo “A gente passa por, literalmente, 12 desilusões amorosas para chegar ao final e falar: ‘Deu certo, galera! O amor existe!’. Esta música foi feita para o meu namorado – e é a faixa 13, que é meu número da sorte. Eu falei para ele: ‘Amor, você ser a faixa 13 no meu álbum é quase um pedido de casamento. Não existe nada mais sério do que isso para mim’. E a mensagem final do álbum é esta: ‘Vamos continuar acreditando no amor’.”
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