Diamond Star Halos

Diamond Star Halos

Caso ainda não esteja claro, o título do 12.º álbum do Def Leppard – que surrupia uma letra do hit glam rock “Bang a Gong (Get It On)”, do T. Rex – é uma referência às músicas que influenciaram a banda. É também uma piada interna de longa data entre o cantor Joe Elliott e o guitarrista Phil Collen. “Nós sempre nos referimos à era em que fomos batizados musicalmente como ‘hubcap diamond star halo’, porque é um trecho meio ridículo daquela música", Collen conta ao Apple Music. “Não sabíamos bem o que significava, mas também sabíamos exatamente o que significava.” Logo, Diamond Star Halos é um retorno ao som das bandas clássicas de glitter-rock da Inglaterra. “Eu me lembro de ver David Bowie no [programa de TV] Top of the Pops quando eu tinha 14 anos”, lembra Collen. “Aquele foi o momento em que a vida se tornou technicolor. Aquilo mudou tudo.” Abaixo, ele comenta cada uma das faixas. “Take What You Want” “Por causa da introdução, ela de fato soa como o início de um álbum, então se tornou uma faixa óbvia para virar a abertura. O [baixista] Rick Savage fez basicamente toda a música, e acho que o título – e aí o Joe escreveu a letra. Ela representa o lado rock do Def Leppard que veio um pouco mais tarde. Eu quero muito dizer que quase ouço o New York Dolls aí também.” “Kick” “Escrevi esta música com um amigo meu, o David Bassett. Ela foi influenciada por The Glitter Band, T. Rex e Slade, mas nós a compusemos originalmente com outra artista em mente. Então toquei a faixa para o Joe, e ele disse: ‘Você está louco? Esta é obviamente uma música do Def Leppard.’ A gente já tinha terminado todas as outras faixas para o álbum àquela altura, então esta foi a última a entrar. Minhas guitarras e backing vocals da demo estão lá, então tem essa coisa meio crua.” “Fire It Up” "Escrevi esta com um cara chamado Sam Hollander, que é um compositor incrível. Ele fez a ‘High Hopes’, do Panic! At The Disco. De novo, não era para ser uma música do Def Leppard originalmente, mas a gente estava tentando criar um rock de estádio, daqueles que a multidão canta junto socando o ar, em um pique entre ‘We Will Rock You’ e ‘Pour Some Sugar on Me’, mas essas músicas são bem difíceis de escrever. Quando sugeri esta faixa para a banda, eles sentiram que era obviamente um som do Def Leppard. Nosso produtor, Ronan McHugh, realmente colocou seu toque mágico aqui.” “This Guitar” (feat. Alison Krauss) "Meu amigo C.J. Vanston e eu escrevemos esta música há 17 anos. A cada cinco anos mais ou menos a gente a revisitava, mas o consenso – bom, pelo menos da minha parte – é que ela era meio country para o Def Leppard. A gente já se aventurou nisso antes, da mesma forma que os Stones ou o Eagles sabiam fazer country e, é claro, nós trabalhamos com o Tim McGraw e a Taylor Swift, mas esta música era levemente diferente. Desta vez, o Joe me pediu para fazer uma demo acústica para ele cantar em cima, e acho que o vocal dele é da própria demo. Daí o Joe estava conversando com o Robert Plant, e a Alison apareceu. O Robert sabia que ela era uma grande fã, então o Joe perguntou se ela gostaria de cantar alguma coisa no álbum. O dueto dela com o Joe é simplesmente lindo. Ela é uma deusa nos vocais e uma pessoa fantástica.” “SOS Emergency” “Comecei a escrever esta aqui há alguns anos, por volta de 2014. Eu tinha a música e o refrão e, para mim, estava parecendo uma mistura entre um Police moderno e Foo Fighters. Essa era a vibe, melodicamente. Então mandei a faixa para o Joe e ele não conseguia parar de escrever a letra para ela. Ele pegou o refrão e fez uma coisa totalmente diferente com ele. Esta música tem uma energia que é diferente do resto do álbum, e eu adoro isso.” “Liquid Dust” “Já viajei para a Índia diversas vezes, e sempre tive melodias flutuando pela minha cabeça. Então meio que criei essa ideia rudimentar de uma melodia, e eu queria uma percussão quase indiana para misturá-la com loops de bateria de trap e hip-hop – e foi o que fiz. Esta música é sobre se aproximar do fim da sua vida e perceber que você precisa de mais tempo. O que acontece depois? É sobre autorreflexão e se perguntar se existe mesmo reencarnação.” “U Rok Mi” “É uma música sobre estar inspirado – não é uma referência a uma pessoa. A grafia poderia ser de uma mensagem de texto, mas é algo que o Prince costumava fazer o tempo todo também. Minha filha queria um ukulele já há alguns anos, então dei um a ela – e aí todos nós compramos ukuleles quando estávamos em turnê. Passei a tocar basicamente todos os dias, e essa ideia surgiu. Começa como uma coisa meio folk, que soa como algo que deveria estar no Zeppelin III, mas aí usei esses loops de bateria de hip-hop, e a coisa explode nesse grande refrão de rock.” “Goodbye for Good This Time” “Eu e o Joe, nosso álbum favorito do Bowie é Aladdin Sane. Foi nele que ouvimos o Mike Garson pela primeira vez. Ele tocou piano com o Bowie de Aladdin Sane até a morte dele. O Joe estava fazendo alguns tributos de aniversário para o Bowie junto com o Mike, então eles se conheciam. E o Joe escreveu duas grandes baladas de piano que me lembravam o Elton John lá do início, da era Madman Across the Water. Então ele perguntou para o Mike: ‘Você faria?’ Quando nos demos conta, nosso pianista favorito estava no álbum! Ele realmente acrescentou outra dimensão a esta música. No meio dela, eu faço um solo com um violão acústico espanhol em homenagem ao guitarrista do Bowie, Mick Ronson.” “All We Need” “Esta é uma música otimista, uma espécie de celebração. Foi uma das primeiras que eu e o Joe escrevemos durante a pandemia, quando a gente ficava mandando ideias um para o outro e falando sobre o álbum durante o lockdown. Ele estava em Dublin; eu, na Califórnia, então um acordava o outro com uma ideia nova. Gostei muito desse processo de compor e gravar. Fiz todas as minhas guitarras e meus vocais no laptop, e Joe fez alguns vocais no laptop dele com um microfoninho bem vagabundo. Ficou ótimo, eu detestaria ter que voltar para aquela outra maneira de gravar.” “Open Your Eyes” “Esta foi a primeira faixa que eu e o Joe fizemos durante o lockdown, e percebemos que trabalhar desta forma era uma ótima maneira de poupar energia. Eu tinha encomendado um baixo Squire e fiz o riff de abertura assim que ele chegou em casa. Mandei pro Joe e, em um piscar de olhos, tínhamos a música. Rick Savage substituiu meu baixo com um som matador que ele tinha em casa – um baixo que ele tirou de dentro do armário – e bum! Mandamos nossa demo para Ronan McHugh, nosso produtor, engenheiro e cara da linha de frente nos shows. Ele colocou tudo em uma sessão e fez a música soar incrível.” “Gimme a Kiss” “Esta aqui tem um pouco de inspiração no Johnny Thunders e um pouco no Chuck Berry. Todas as minhas guitarras da demo estão aqui, então ela tem essa crueza que é muito legal. É só o bom e velho rock que não tem que ser levado muito a sério. É um som bem pesado, acho, porque a gente deixou muita coisa da demo. Acrescentamos outras coisas, é claro, como a bateria, o Sav tocando baixo e o Vivian na guitarra. Todos nós cantamos, mas mantivemos o espírito original da música, o que foi muito importante.” “Angels (Can’t Help You Now)” “Mike Garson está nesta aqui também, e é uma música linda. Joe a escreveu e achou que, talvez, não fosse uma faixa do Def Leppard por causa do piano. Mas eu disse: ‘Por que não? Por que a gente não pode fazer o que quiser no palco?’ E, é claro, quando Mike a tocou, ela ganhou uma nova dimensão. Em termos de composição, esta faixa também me lembra o Elton John. Mas, quando chegamos no último refrão, ela fica mais parecida com um Pink Floyd do Dark Side of the Moon.” “Lifeless” (feat. Alison Krauss) “De novo, comecei esta aqui quase como quando os Stones fazem country, e eu estava tentando encontrar um jeito de o Def Leppard conseguir fazer isso. Pensei que se o U2 fosse country e o Def Leppard estivesse tocando a música, seria algo parecido com isso. Eu já tinha o refrão e o mandei para Joe. Ele voltou no dia seguinte com a coisa completa. A gente sempre fala que já conseguimos terminar as frases um do outro, mas dá para dizer também que conseguimos terminar as músicas um do outro. Alison acrescentou todas essas harmonias e contramelodias que são como: ‘Uau!’ É um belo coral de uma de suas cantoras favoritas.” “Unbreakable” “Joe teve a ideia para esta faixa há um tempo – eu me lembro dele tocando trechos dela na nossa última turnê. Nós inicialmente a testamos com uma pegada rock – meio que lembrava um AC/DC – mas não estava dando certo. Então a gente mudou a pegada e quase testamos um elemento do INXS – não que a gente estivesse tentando copiar bandas australianas, mas a música parecia melhor com essa vibe. Usamos uma paleta de tons de guitarra totalmente diferente porque os tons padrão não estavam funcionando. Joe já estava com a letra, mas aí ele a apresentou de um jeito diferente, quase como um ator escolhendo um papel.” “From Here to Eternity” “Esta música é do Rick Savage. Ela é muito diferente de tudo o que está no álbum, mas a gente estava trabalhando na letra, e o termo ‘film noir’ surgiu. Com essa imagem, conseguimos terminar a letra e, de repente, a gente sabia o que a música seria. Ela tomou uma direção meio Queen. É a faixa mais longa do álbum, então obviamente iria para o fim dele. E é provavelmente meu solo de guitarra – que eu fiz – favorito do álbum.”

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