Destination Paris

Destination Paris

O violoncelista francês Gautier Capuçon celebra Paris – a cidade do amor, das luzes e da música – neste álbum abrangente que inclui ópera, chansons e trilhas de filmes emblemáticos. “São obras muito queridas pelos franceses e que fazem parte da cultura da França”, diz ele ao Apple Music Classical. Da “Habanera” da ópera Carmen, que estreou em 1875 na Ópera de Paris, até “Les Champs-Élysées”, clássico pop de 1969 de Joe Dassin, todas as obras do álbum têm relação com Paris e com os parisienses. As peças privilegiam a voz e são arranjadas por Jérôme Ducros, colaborador de longa data de Capuçon. “Uma música de Édith Piaf está muito ligada à voz dela, que é muito especial, então é difícil ouvir a mesma música na voz de outra pessoa”, afirma Capuçon. “Mas isso não acontece com o violoncelo. Os arranjos que fizemos para a música com voz – música francesa e especialmente ópera – funcionam muito bem, porque, quando você ouve o violoncelo, que é o instrumento mais próximo da voz humana, você também escuta a voz.” A voz também é destaque na faixa mais surpreendente do álbum: uma música inédita do cantor e compositor francês Jean-Jacques Goldman, interpretada por centenas de jovens coristas de toda a França. Goldman se aposentou no começo dos anos 2000, mas ainda é muito popular no país. “É incrível, todo mundo o adora”, diz Capuçon. “Eu ouço as músicas dele desde que eu tinha cinco ou seis anos, graças à minha irmã mais velha, que era fã de Goldman. Eu queria tocar ‘Envole-moi’ [sucesso de Goldman] neste álbum, mas também queria que ele escrevesse algo novo para mim.” “Quando você tem um sonho, você deve ir atrás dele”, continua o músico. “Então eu mandei uma carta a Goldman contando a história da minha irmã, que me influenciou quando éramos mais novos, na esperança de que ele fizesse uma música para os jovens. Sabe o que ele respondeu? ‘Eu parei de compor, mas adorei o seu projeto e vou fazer a música’.” O resultado é “Pense à Nous”, uma obra alegre para coral que celebra o poder da juventude para superar as diferenças. É uma mensagem que promove a diversidade cultural para além das fronteiras, algo apropriado para a sede dos Jogos Olímpicos de 2024. “A música é uma linguagem compreendida por todo mundo, não importa de que país você é”, diz ele. “Na França, especialmente, a gente é colocado numa caixa do tipo ‘músico clássico só pode tocar música clássica’. Acho que a gente deveria ampliar os nossos conceitos e se abrir para outros estilos musicais. Eu aprendi muito trabalhando com artistas diferentes, com diferentes formas de arte e diferentes músicos. Acho que deveríamos aprender uns com os outros. E hoje, mais do que nunca, temos muito a aprender.”

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