Caio em Ti

Caio em Ti

Caio Prado é um dos músicos brasileiros mais atuantes na causa LGBTQIA+ e na luta antirracista. Em Caio em Ti, seu terceiro álbum solo, o cantor aborda a juventude carioca sob o prisma da liberdade sexual, do amor, da fé e do futebol. “Eu sou de Realengo, subúrbio do Rio, então o desejo de conexão com o popular está na minha essência. Este álbum reflete o meu tempo e o que está na boca dos jovens da minha geração. Também há crítica social, mas agora de forma mais leve, pop e dançante”, diz Prado ao Apple Music. O projeto tem direção artística de Pedro Loureiro e mistura MPB, pop, pagode, funk, R&B e afrobeat. Caio em Ti também marca uma fase mais colaborativa e solar do músico carioca. “Eu sempre compus muito sozinho, mas, para este projeto, contei com a participação de Humberto Tavares (que já trabalhou com Anitta, LUDMILLA e Belo), Doralyce, Luthuly e Theo Zagrae. Foram muitas mãos talentosas envolvidas”, diz o artista. A seguir, Prado revela detalhes das dez faixas de Caio em Ti. Armas de Amor “Aqui sou eu me derramando em poesia. É a faixa que mais soa propriamente como MPB. Mostra as principais influências do meu começo na música, como Dorival Caymmi, Nana Caymmi, Luiz Melodia e Emílio Santiago. Tem um clima de trilha de novela para fazer amor – ou declarações de amor. A composição é minha, do Humberto Tavares, do Thiago Silva e do Jefferson Junior. O álbum abre com um arranjo de cordas do Toninho Aguiar. É bossa nova com samba preto.” Tudo de Bom                     “Doralyce é a única intérprete convidada de Caio em Ti. Tanto eu quanto ela somos compositores reconhecidos pela nossa constante militância. Mas ao escrever esta música a gente quis trazer um olhar mais amplo. Optamos por exaltar o amor próprio, a amizade e a esperança. A faixa mostra como eu e a Doralyce nos conectamos para falar de amor com o nosso olhar afrocentrado, o que também é algo revolucionário. É MPB com referências do pop dos anos 80 e ijexá.” Flores                      “A faixa é assinada por mim e pelo querido Luthuly, um dos grandes compositores da nossa geração. Trata-se de se perdoar e deixar as mágoas para trás. Ainda que existam as sombras, ela valoriza o brilho. Representa muito a minha volta ao mercado musical neste momento, é um pouco do que eu quero dizer agora. Começa com um berimbau e segue com um arranjo que mistura afrobeat e batidas de R&B.” Estranho     “É uma das faixas de maior destaque do álbum. Esta é a primeira vez que eu, Humberto Tavares e Jefferson Junior assinamos uma composição juntos. É uma mistura de MPB e funk que aborda o tema da desigualdade social, mas que explode com um refrão bem dançante e pop. É como um bom brasileiro, que, apesar das dificuldades, tem fé, resiliência e alegria de viver. Como diz a letra: ‘Estranho é estar vivo e não comemorar’. A causa LGBTQIA+ também aparece como pano de fundo.” Camisa 10  “É uma grande brincadeira. Tem tudo a ver comigo, porque eu amo futebol. Eu cheguei a ter vontade de ser jogador, mas [o futebol] sempre foi um ambiente muito machista. ‘Camisa 10’ surgiu quando eu, o Humberto Tavares e o Jefferson Junior estávamos jogando o videogame FIFA, fala de uma relação amorosa e homenageia Pelé e Vinícius Junior. A sonoridade é pop, com samba rap e pagode moderno. Tem influências do projeto Numanice [2020], de LUDMILLA, e também do Grupo Menos É Mais.” Caio em Ti  “Esse nome foi pensado com o Pedro Loureiro. Traz o meu lado mais romântico e fala de um amor sem idealizações. É uma continuação de ‘Camisa 10’, também com pagode moderno e samba rap. Tem influências de Seu Jorge e do Farofa Carioca.” Sem Demandas    “Esta música é o meu xodó. Foi composta com o Marcelo Delamare e tem trap e R&B. Eu me senti livre pra usar efeitos e brincar com a voz, o que dá uma ambiência gostosa. Ela fala de sexualidade de uma maneira elegante. Assim como o conceito do álbum como um todo, esta faixa é contra a cultura do cancelamento. A primeira frase já diz: ‘Essa é pra você lembrar que eu te amo/ E todas as coisas boas que eu fiz/ Shikoba: eu existo pra você’. Shikoba é uma palavra utilizada em rituais de tribos africanas para expressar justamente a nossa capacidade de olhar para o melhor que há no outro.”  Delírios Tropicais “Eu tinha esta letra guardada há muito tempo. É a única música do álbum que eu assino sozinho. Mistura cúmbia com piseiro e termina com uma intenção de funk. A faixa tem arranjos quentes e latinos e faz referência a João Gomes, um dos maiores artistas populares da atualidade. Talvez seja a faixa mais moderna e pop do álbum.”            Vai Rezando                      “É um funk pop. Começa com um batidão dos anos 2000, algo que o MC Kevin O Chris resgatou em “Tá Ok” [2023]. A letra ficou meio Rita Lee e também fala de liberdade sexual. A composição é minha, do Luthuly, do Theo Zagrae e do Marcelo Delamare. A gente estava ouvindo o RENAISSANCE [2022], da Beyoncé, e queríamos trazer esse clima dançante de ballroom [movimento norte-americano de resistência negra e LGBTQIA+] para o álbum.” Epahey Oyá           “A faixa traz a minha vertente de axé ao exaltar a umbanda, o candomblé e a língua iorubá com uma homenagem às yabás, os orixás femininos. Jean Kuperman, que trabalhou com João Donato e Jorge Mautner, participa da composição. A música faz referências a Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e Carlinhos Brown, artistas que sabem homenagear as religiões afro-brasileiras de um jeito comunicativo e popular. Além disso, ela tem influências do ballroom e afrohouse, para fazer vogue, conectando a estética da pista de dança com a minha ancestralidade.”

Videoclipes

Selecionar um país ou região

África, Oriente Médio e Índia

Ásia‑Pacífico

Europa

América Latina e Caribe

Estados Unidos e Canadá