ALMA IMORTAL

ALMA IMORTAL

Com funk, trap e reggaeton, o EP ALMA IMORTAL (2023), de Mc Hariel, apresenta reflexões sobre o passado e o presente, justiça social, transformação e sonhos. “Eu quero convidar a rapaziada para pensar nas coisas que são essenciais. O planeta está em constante mudança, por isso é importante a gente entender como manter o que a gente tem de mais puro para prosseguir”, explica o paulistano da zona norte ao Apple Music. ALMA IMORTAL também traz citações de um manifesto do artista baseado em estudos filosóficos e sociológicos. “Eu pesquisei temas profundos para fazer este EP. O nome tem a ver com pensamentos do [filósofo da Grécia Antiga] Platão. Eu sempre fiz as minhas composições a partir do que via ao meu redor, nas ruas, mas desta vez eu resolvi ir para a literatura”, revela Hariel. A seguir, o músico explica o que o levou a criar cada uma das sete faixas de ALMA IMORTAL: SONHOS “É uma música bem experimental para mim. Traz uma ideia consciente. Fala sobre a busca do que a gente quer. Eu digo: ‘O sonho custa uma noite de sono/ E às vezes leva uma vida de esforço’. É como se o sonho fosse o motor do carro e a gasolina, a fé. E o refrão se repete muitas vezes, como um mantra.” LUA POR LUA “Surgiu de uma sessão de estúdio com Thi Marquez, Duani, Murillo e LT no Beat. A música tem a intenção de falar sobre a vida noturna sem romantizar. É como eu digo na letra: ‘Sem compaixão com vacilão/ Sempre com a mente focada no passo seguinte/ Dinâmica forte pra nós é rotina/ E quem tem mente fértil persiste’. Tentamos mostrar um pouco do que acontece na vida noturna, tanto para o bem quanto para o mal. E também tem esta frase de que eu gosto: ‘Lua por lua/ Nós é fã da rua’, porque a gente gosta de cultura urbana.” COMO ESTAVA IMAGINANDO “É um reggaeton e eu quis trazer uma mensagem mais leve. Tem uma frase que diz: ‘O trajeto pra cima é o mesmo que pra baixo/ E o que você seria hoje se você não fosse quem era’. Então é sobre viver mais livre e leve, sem tanto medo de julgamentos. Eu também canto: ‘Pode ficar tranquila/ Faz o que você quiser’. É uma música de festa, mas que também reflete sobre a importância de quem somos hoje e de quem seremos amanhã.” 1APRENDIZ E SUAS CICATRIZES “Tem a ver também com as conquistas do agora. Muito do que a gente busca hoje remete a traumas e ausências da infância. Fala sobre ter motos velozes na garagem, pois no passado nem bicicleta tivemos. E é também um incentivo para evoluir. O refrão fala sobre o sonho de ter a nossa história documentada em uma série. Eu me inspirei no filme dos Racionais [Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo, de 2022] para escrever a letra.” 1ESPERTO E 1OTÁRIO “Foi composta no começo de 2023, quando houve inúmeros alagamentos em São Paulo devido a fortes chuvas. Uma parte da minha família mora no litoral norte e viu muita gente morrer, sofrer e perder tudo. Essas notícias me deixaram triste por saber que os ricos fazem suas casas em lugares adequados, mas que aos pobres resta morar em lugares inapropriados. Fala sobre a normalização da injustiça e da ambição. O questionamento é este: ‘Quem é o esperto e quem é o otário quando acontece uma catástrofe?’. Eu acredito na lei do retorno. Deus está vendo. Tentei dizer isso de uma forma simples. ‘Mesmo que a chuva caia/ Tenho fé que o sol vai chegar.’” MAR DE PIRATA “Foi escrita em 2021 e saiu na onda do trap. Eu acredito que a maioria dos MCs que estão começando ainda tenha sonhos parecidos: uma geladeira cheia, pagar as dívidas, dar conforto para os seus e ser um bom exemplo para a sua quebrada. É sobre mudar de vida através da rima.” MODIFICAR “Foi composta a partir de uma situação muito ruim. Em uma madrugada nós paramos para ajudar um morador de rua que estava tendo uma convulsão. E apareceu um policial que, ao invés de ajudar, tornou a situação mais difícil com abuso de poder. Essa história mexeu comigo. Senti ódio e raiva. Então eu fui para o estúdio e comecei a pensar em como isso poderia mudar um dia. E assim surgiu a letra: ‘Várias chances para modificar/ Aquilo que eu vejo que não tá legal’. É um questionamento de como a gente vai fazer para mudar tanta injustiça. E foi a faixa que me fez pensar no conceito do EP todo.”

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